Venezuelanos em Boa Vista votam em primárias para encontrar rival para Maduro nas eleições de 2024

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Votação acontece em barbearia do bairro São Francisco. Pleito acontece após acordo eleitoral entre governo e oposição para estabelecer garantias para as eleições de 2024. Venezuelanos em Boa Vista fazem fila para votar nas primárias que devem encontrar rival para Nicolás Maduro nas eleições de 2024.
Ailton Alves/Rede Amazônica
Venezuelanos que vivem em Boa Vista comparecem às urnas neste domingo (22) para votar nas primárias que devem encontrar um rival para Nicolás Maduro nas eleições de 2024.
A votação acontece em uma barbearia do bairro São Francisco, na zona Norte da capital. Ela começou às 8h e deve seguir até as 16h.
As primárias acontecem depois que a oposição e o governo da Venezuela chegaram a um acordo para estabelecer garantias para que as eleições presidenciais de 2024 ocorram.
A eleição presidencial do país acontecerá no segundo semestre de 2024, afirma o acordo eleitoral, e observadores internacionais serão autorizados a monitorar a votação.
Para votar é exigido apenas um documento com foto emitido pela Venezuela. De acordo com a comissão eleitoral, apenas 1.500 venezuelanos que vivem em Roraima estão aptos a votar. Até às 11h, 200 migrantes já haviam votado.
José Gregório Michelena, após primárias venezuelena em Boa Vista.
Ailton Alves/Rede Amazônica
Com esperança de mudança, o professor José Gregório Michelena já aguardava as votações primárias. Para ele, as votações são importantes e a expectativa é de que as escolhas deste domingo gerem o fim da crise econômica no país vizinho.
“Havia essa expectativa de que o governo fosse contra acontecer [a votação], mas teve o acordo e tudo está fluindo com normalidade, né? Então, a expectativa é de que gere mudança esse movimento de hoje”, afirmou José.
Educador Juan Antonio Espejo, após votação em Boa Vista.
Ailton Alves/Rede Amazônica
Para o educador Juan Antonio Espejo, o momento representa um ato muito importante e “é como abrir a porta para a verdadeira democracia” para a Venezuela. Ele afirma querer uma nova versão do país de origem.
“Eu quero uma Venezuela nova, pois antes também havia corrupção. Não era como agora, mas tinha. Como venezuelanos que estamos aqui fora da nossa pátria amada, cremos que o mais importante é poder nos reunir com os nossos filhos e netos, poder retornar a nossa terra, provar a nossa comida, compartilhar com os nossos amigos”, afirmou Juan Espejo.
O sistema de votação é impresso com marcação de cédula. Após o fechamento das urnas, os votos são contabilizados e enviados para a comissão eleitoral da Venezuela, que deve anunciar o resultado na segunda-feira (23).
“Essas prévias são as organizadas pela oposição venezuelana, [ela] é pela plataforma unitária da Venezuela, com todos os partidos que conformam a unidade venezuelana. Aqui nós temos membros de partidos da primeira Justiça que estão presentes no centro de votação blindando e dando apoio para esse dia de hoje”, explica Selma Campos, membro da comissão organizadora.
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Ao todo, dez candidatos competem para representar o país, informou o El País. A líder das primárias, a engenheira Maria Corina Machado, de 56 anos, está proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos.
Ela pode concorrer nas primárias porque a oposição realiza essa votação sem apoio estatal, mas Maria Corina não poderá se registrar junto às autoridades eleitorais para aparecer na cédula da eleição presidencial.
Cada lado pode escolher seu candidato de acordo com suas regras internas, mas esse acordo não reverteu as proibições já impostas a algumas figuras da oposição — incluindo Maria Corina Machado.
Na fronteira com a Venezuela, Roraima é porta de entrada para migrantes venezuelanos, principalmente, desde 2016. Os refugiados entram no Brasil fugindo da grave crise econômica, social e política no país. No Brasil, eles são recebidos pela Operação Acolhida, ação coordenada pelo governo federal e chefiada pelo Exército, que atua com agências da ONU e outras organizações.
Venezuelanos em Boa Vista votam em primárias para eleições de 2024.
Ailton Alves/Rede Amazônica
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