EXCLUSIVO: Fusão Gol-Azul não deve impactar no custo das passagens, afirma ministro de Portos e Aeroportos

Em entrevista ao Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, do Republicanos, detalhou os planos de modernização, as parcerias público-privadas e o preço das passagens aéreas no Brasil. Segundo ele, o governo está trabalhando para a acelerar a carteira de concessões e leilões do setor no país.

“De 2015 a 2023, nós tivemos em torno de 42 leilões no Brasil. De 2023 até 2026, em 4 anos, nós vamos fazer mais de 60 leilões, entre arrendamentos e concessões. A gente tá trabalhando para acelerar a carteira de concessões e leilões no Brasil, e a nossa expectativa gira em torno de R$ 20 a R$ 25 bilhões de investimentos e em concessões portuárias no Brasil”, disse Filho.

Segundo o ministro, o governo tem trabalhado para cada vez mais, dialogar com a iniciativa privada do Brasil. “Quem defende o trabalhador é quem gera emprego. E é fundamental que o governo federal possa cada vez mais estar ao lado da iniciativa privada. Só esse ano, serão mais de 22 leilões aqui em São Paulo, na B3, batendo martelo para gerar desenvolvimento pro Brasil”, explicou.

Preço das passagens aéreas deve ser controlado, diz Costa Filho

O ministro espera que o aumento no preço das passagens aéreas, um dos itens que mais vêm pressionando a inflação, seja controlado com a queda recente do dólar.

“No mundo, houve a inflação no custo das passagens aéreas desde a pandemia. A gente tem trabalhado muito ao lado das companhias aéreas e do governo federal para tentar baixar o custo da passagem no Brasil”, disse o ministro.

“Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no ano passado, nós tivemos uma redução de quase 5% no valor da passagem. Hoje, quase 95% dos insumos da aviação são dolarizados, e a medida que o dólar baixa, automaticamente, a gente tende a ter uma redução no custo das passagens”, completou.

Preço das passagens

Sobre a expectativa para a fusão entre a Gol e a Azul, Filho afirmou que o negócio não deve impactar no custo das passagens no Brasil.

“Esse modelo de fusão vem acontecendo em outros países do mundo. Nós já tivemos mais de 10 operações de fusão em vários países no mundo, e isso, ao final, não impactou no custo da passagem. Pelo contrário, aumentou sua capacidade de governança das companhias aéreas e sobretudo ampliou sua capacidade de investimentos. Nós não vamos aceitar aumentos nos custos da passagem, e é fundamental que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) possa cumprir o seu papel institucional”.

O ministro destacou ainda que o governo brasileiro tem trabalhado para preservar os empregos dessas companhias aéreas.

“A gente tem falado em mais de 35 mil empregos que Azul e Gol geram no Brasil. Além disso, nós estamos falando de um ativo do país que é fundamental para a economia brasileira. Imagine se, infelizmente, de um dia para noite, uma empresa dessa quebra? Isso, além de ter um grande prejuízo de desemprego, afeta fortemente a economia brasileira no turismo de lazer, no turismo de negócio, porque nós precisamos da aviação”.

Abertura das rotas domésticas do Brasil para empresas estrangeiras

O ministro afirmou que o governo tem trabalhado com o Cade e com a Anac para buscar novas companhais aéreas estrangeiras para o Brasil.

“Nós entendemos que é muito importante para o Brasil a possibilidade de buscar novas companhias aéreas estrangeiras. Eu tenho dialogado com a Ibéria, com a Europa, com outras companhias aéreas do mundo. A gente está tendo crescimento na aviação internacional do Brasil”.

“Nesse ano de 2025, nós esperamos que novas companhias aéreas venham para o Brasil, e a gente espera deixar o mercado também flexível. A gente tem dialogado para o final do ano tentar buscar efetivamente a possibilidade também de abrir mercado, que isso democratiza cada vez mais a aviação no país”.

Confira a entrevista completa ao jornalista Marcelo Torres, ao Times Brasil.

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