Mãe de menino que desapareceu em SC e foi encontrado em SP recebeu R$ 100 para levar criança até ponto de entrega, diz polícia

mae-de-menino-que-desapareceu-em-sc-e-foi-encontrado-em-sp-recebeu-r$-100-para-levar-crianca-ate-ponto-de-entrega,-diz-policia


Informação foi divulgada neste sábado. Polícia Civil vai pedir a quebra do sigilo bancário de outros suspeitos de envolvimento no caso, que segue em sigilo. Criança de 2 anos que desapareceu em Florianópolis foi encontrado com casal em carro no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo
TV Globo/Reprodução
A investigação envolvendo o desaparecimento do menino de 2 anos de Santa Catarina, que foi encontrado em São Paulo em 8 de maio, apontou que a mãe da criança recebeu R$ 100 para levar o filho até um “ponto de entrega”. Segundo a informação divulgada pela Polícia Civil neste sábado (13), o valor foi transferido pela mulher do homem apontado por intermediar a adoção ilegal.
Ainda conforme as investigações, a Polícia Civil vai pedir a quebra do sigilo bancário de outros suspeitos de envolvimento no caso, que segue em sigilo.
Compartilhe no WhatsApp
Compartilhe no Telegram
A criança de 2 anos, que foi vista pela última vez em 30 de abril na Grande Florianópolis, será transferida para um abrigo em São José na segunda-feira (15). Ela foi encontrado dentro de um carro com uma mulher e um homem e passou a semana em um abrigo.
O intermediador da adoção, segundo a Polícia Civil, seria Marcelo Valverde Valezi. Era ele quem estava com o menino junto com Roberta Porfírio, que seria quem ficaria com o menino, de acordo com a polícia. A entrega para o homem ocorreu em 30 de abril.
Os dois foram presos em flagrante por suspeita de tráfico de pessoas (nota dos presos abaixo).
Mãe conheceu suspeito de intermediar negociação em grupo de ‘adoção e doação’
O QUE SE SABE sobre o caso do menino encontrado em São Paulo
Menino de 2 anos desaparecido em SC e encontrado em SP: o que sabe e o que falta saber
Investigação
Além do homem e da mulher presos, a polícia investiga o envolvimento de outras duas pessoas no desaparecimento da criança. Segundo o delegado-geral do órgão, Ulisses Gabriel, elas “provavelmente ficariam com a criança”. O nome deles não foi divulgado.
Já a delegada Sandra Mara, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCami), que também apura o caso, afirmou que a mãe do menino foi convencida a doá-lo.
Marcelo e a mãe do menino, de 22 anos, teriam se conhecido quando a mulher entrou em grupos sobre gravidez nas redes sociais. Desde então, segundo a investigação, o homem tentava assediá-la para entregar o bebê.
Além de outros envolvidos, a polícia também quer tentar descobrir se houve algum tipo de troca financeira na doação. “A mãe nega ter recebido vantagem, mas nós só teremos essa certeza com a quebra do sigilo bancário de todos os envolvidos”, afirmou a delegada na terça-feira (9).
O que diz a defesa de Marcelo?
Em coletiva de imprensa na terça (9), a defesa de Marcelo afirmou que ele conheceu a mãe do menino há dois anos, quando tinha o interesse em adotar uma criança, mas não soube dizer se seria um grupo em algum aplicativo de mensagens ou em redes sociais.
Segundo as advogadas Laryssa Nartis e Katharine Grimza, na época, Marcelo foi procurado pela mãe da criança, que tinha o interesse em “doar” o filho. No entanto, recentemente, ela teria entrado em contato novamente com ele e alegou que estava passando por problemas.
Marcelo teria indicado Roberta e o marido à mãe do bebê, e o casal passou a tratar sobre a adoção.
O que diz a defesa de Roberta?
Fernanda Salvador, advogada da investigada, nega que tenha havido o crime de tráfico de pessoas e que o bebê estivesse desaparecido, já que a mãe teria entregue a criança a Roberta junto com os documentos, em Santa Catarina. Marcelo não teria viajado até o outro estado, mas intermediado a conversa entre as duas partes.
Segundo a advogada, a mãe teria dito que estava em “cenário de vulnerabilidade, em ambiente tóxico”, quando conversou com o casal de São Paulo.
A retirada do garoto de Santa Catarina foi feita por Roberta e com o carro pessoal. As placas do veículo teriam sido adulteradas na saída do estado, segundo a polícia. A defesa dela, no entanto, afirmou desconhecer a informação.
No fim de semana, Roberta e o marido decidiram procurar a advogada, que disse ter orientado os dois a procurar o Fórum do Tatuapé e entregar o menino. O caso já estava repercutindo em todo o país.
Marcelo acompanhou Roberta até o fórum. Os dois estavam com o bebê dentro de um carro, na Zona Leste da capital, na segunda (8), quando foram abordados pela PM e detidos em flagrante por suspeita de tráfico de pessoas.
VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias
Veja mais notícias do estado no g1 SC
Adicionar aos favoritos o Link permanente.