Startups: Como a automação de auditorias jurídicas tem ampliado investimentos na área?

A adoção de tecnologia na análise jurídica de startups está mudando o mercado de venture capital, oferecendo rapidez e redução de custos para investidores e empreendedores.

Um destes fundos, o Big Bets, conhecido por apoiar empresas em crescimento, passou a utilizar soluções de inteligência artificial (IA) em auditorias jurídicas. A medida, implementada com o apoio do escritório de advocacia FM/Derraik, mostra como a automação pode viabilizar negociações que antes seriam financeiramente inviáveis.

Reduzindo custos nas due diligences de startups

A análise de uma startup para decidir sua entrada em um portfólio de investimentos exige cuidado, especialmente nas chamadas due diligences, que avaliam riscos financeiros, comerciais e jurídicos. Contudo, a complexidade do processo, que inclui busca de documentos e análise de dados, pode torná-lo caro e demorado, chegando a inviabilizar transações.

“Não faz sentido uma due diligence custar mais do que o valor do investimento em startups pequenas”, afirma Fabiana Fagundes, sócia-fundadora do FM/Derraik. Ela recorda que, há 25 anos, custos de R$ 2 milhões para auditorias jurídicas eram comuns. Com a IA, esses valores se tornaram inviáveis para o mercado atual, exigindo soluções mais eficientes.

O impacto da tecnologia no processo jurídico

A plataforma PortData, utilizada pelo escritório FM/Derraik, permite que auditorias jurídicas sejam realizadas de forma simultânea às análises financeiras e comerciais, reduzindo prazos e custos. “Saber onde se está pisando logo no início é essencial para definir se o processo de avaliação continuará”, explica Alexandre Mello, sócio-fundador do Big Bets.

O uso da PortData automatiza etapas como a busca e organização de documentos e estruturação de relatórios, tarefas que antes consumiam tempo e recursos significativos. “A tecnologia permite que os profissionais sêniores foquem na análise dos dados organizados pela plataforma”, complementa Fabiana.

Riscos jurídicos e o papel do investidor

A automação também ajuda a identificar passivos jurídicos ocultos que podem inviabilizar o crescimento futuro de startups. Segundo Fabiana, o histórico dos fundadores e possíveis pendências jurídicas podem ser determinantes no processo de decisão de investimento. “Um empreendimento pode ser viável, mas amarrado a problemas jurídicos que impedem sua liquidez futura”, explica a advogada.

Renata Soares, sócia-fundadora da PortLouis, reforça que a IA não substitui o papel do advogado, mas potencializa sua atuação. “A plataforma estrutura os dados e gera relatórios, mas as decisões finais sobre os riscos e seus impactos continuam sendo responsabilidade do advogado e do investidor”, afirma.

Inovação no mercado de startups

A integração de inteligência artificial nos processos de auditoria jurídica está mudando a forma como fundos de investimento operam. Além de acelerar operações, essas ferramentas oferecem segurança e confiabilidade, necessários para decisões estratégicas. No cenário brasileiro, onde questões jurídicas frequentemente impactam negócios, a automação se apresenta como uma solução para fomentar investimentos.

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