Com Trump, o que muda para estrangeiros que estudam ou querem estudar nos EUA?


Postura anti-imigratória de Donald Trump, empossado nesta segunda (20), assusta comunidade acadêmica mundial. Logo após os resultados da eleição presidencial, universidades aconselharam que alunos internacionais, em férias, voltassem aos Estados Unidos antes de o republicano assumir o posto. Donald Trump prometeu acabar com a cidadania automática para qualquer pessoa nascida nos EUA
Getty Images via BBC
O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, nesta segunda-feira (20), deixou a comunidade acadêmica mundial em alerta. Será que os alunos estrangeiros que já estão matriculados em universidades americanas correm o risco de ser deportados? E para os que pretendem pleitear um visto para começar a estudar lá: o processo pode ser dificultado?
Por enquanto, mesmo após todas as medidas já anunciadas pelo republicano na cerimônia de posse, nada muda para esses grupos, caso estejam em situação legal. O que existe é um receio por parte das instituições de ensino (incluindo alunos e professores) a partir da postura adotada por Trump em seu primeiro mandato (janeiro de 2017 a janeiro de 2021):
✈️No 1º mês daquele governo, o presidente proibiu que cidadãos de sete países predominantemente muçulmanos (Iraque, Síria, Irã, Sudão, Líbia, Somália e Iêmen), além da Coreia do Norte e da Venezuela, viajassem aos EUA. Estudantes e docentes chegaram a ser detidos em aeroportos americanos. Essa lista de nações mudou algumas vezes: segundo a Associated Press, foram 15 territórios atingidos.
🧑‍🎓Com essas restrições, a emissão de vistos passou a ficar mais rígida. De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, cerca de 40 mil pessoas foram prejudicadas pelas novas regras e não conseguiram o documento.
Após o resultado da reeleição de Trump, em 2024, mais de 10 universidades americanas aconselharam aos alunos estrangeiros que, se estivessem viajando, voltassem para os Estados Unidos antes de 20 de janeiro de 2025, data da posse do novo presidente.
“Com base na experiência anterior com as proibições de viagem implementadas durante o primeiro governo Trump, em 2016, o Escritório de Assuntos Globais está fazendo este alerta por precaução”, afirmou, em dezembro, a Universidade de Massachusetts.
O receio é maior entre os estudantes asiáticos, principalmente chineses, por causa da tensão atual nas relações políticas e econômicas com os Estados Unidos.
➡️Como dito no início da reportagem, ainda que o histórico dê sinais de alerta para a comunidade acadêmica, não foram confirmadas, na posse de Trump, medidas que atinjam particularmente os estudantes que estejam com a documentação correta. Durante a campanha, ele até chegou a dizer que revogaria os vistos de alunos “radicais antiamericanos e antissemitas”.
Mas, após ocupar oficialmente o cargo, o presidente dirigiu-se somente aos imigrantes ilegais, que, segundo ele, serão deportados em massa.
“Toda entrada ilegal será imediatamente barrada, e começaremos o processo de retorno de milhões e milhões de estrangeiros criminosos aos lugares de onde vieram”, anunciou.
EUA: a nova política de imigração sob Trump
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