PM baleado em serviço recebe mão biônica e luta para recuperar movimentos


O agente foi atingido em um confronto no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 2019. Prótese custou entre R$ 380 e R$ 400 mil com recursos do Fuspom PM recebe prótese com mão biônica
Um policial militar do Rio de Janeiro recebeu, pela primeira vez, uma prótese com uma mão biônica. O PM reformado Leandro Silva de Jesus Sant’Anna sofreu uma amputação após ser baleado em serviço, há cinco anos.
O agente, apaixonado pela profissão, foi atingido em um confronto no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 2019.
“Fomos surpreendidos por diversos elementos armados e, um deles, efetuou diversos disparos na minha direção. Nesse confronto, ele me alvejou, e me neutralizou”, contou Leandro.
PM Leandro no hospital após perder a mão em confronto com criminosos
Reprodução/ TV Globo
Depois de ser baleado, ele ficou internado no Hospital Estadual Alberto Torres por uma semana. Quando acordou, no CTI, ele percebeu que o braço havia sido amputado por causa dos ferimentos.
“Quando eu vi, me entristeceu, é claro, mas não me abalou muito devido a maneira que foi. Poderia ter sido pior, poderia estar morto. Então, eu só agradeço, isso agora é só um detalhe”, contou.
De lá para cá, o cabo Leandro foi promovido a terceiro sargento, reformado, e teve que ser afastado das ruas.
Prótese
PM reformado Leandro Silva de Jesus Sant’Anna sofreu uma amputação após ser baleado em serviço, há cinco anos.
Reprodução/ TV Globo
Nos últimos meses, ele recebeu uma prótese elétrica, que renovou a esperança de conseguir fazer quase tudo o que fazia antes.
“Eu me sinto mais completo. Mesmo que o braço não faça 100% dos movimentos, como um braço humano, ele me dá apoio, consigo fazer alguns movimentos: pegar um copo, segurar uma bolsa. Então, algumas coisas eu consigo fazer com o auxílio do braço, como se fosse um braço auxiliar. Mas, o mais importante, foi a autoestima e a postura. Isso mudou bastante. As pessoas olham diferente, né?”, destacou Leandro.
A prótese é feita de fibra de carbono e reproduz movimentos do membro amputado.
“A prótese funciona com eletrodos que são colocados na pele. Aí, o músculo que ele tem no coto, que é a parte do braço que sobrou, ele acionando a musculatura que ele tem ali, sendo mais forte ou mais fraca, vai dar origem ao movimento da mão. A prótese dele tem pronação, tem supinação, e tem o movimento dos dedos, além do acionamento do cotovelo”, afirmou a capitão Adriana Lustosa Gaspar, médica fisiatra da PM do Rio de Janeiro.
Acompanhamento
Prótese usada por Leandro foi comprada com recursos do Fuspom
Reprodução/ TV Globo
O equipamento tem custo entre R$ 380 a R$ 400 mil. De acordo com a corporação, ela foi comprada com recursos do Fundo de Saúde da Polícia Militar do Rio de Janeiro (Fuspom). É um auxílio médico-hospitalar aos policiais e dependentes. O dinheiro é arrecadado por meio de um desconto mensal no salário dos agentes.
“Para além da questão da aquisição de um equipamento, todo esse trabalho de acompanhamento para a reabilitação é fundamental.”, afirmou a tenente-coronel Cláudia Moraes, porta-voz da PM.
Leandro faz acompanhamento médico para manutenção e ajustes de sensibilidade no equipamento.
“A gente procura sempre melhorar, isso é o mais importante. A gente vê alguns erros que tenha cometido e melhorar. Melhorar como pai, melhorar como filho, melhorar como amigo, estar sempre disposto a ajudar o próximo e prosseguir nessa jornada”, finalizou Leandro.
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