Após temporal em Campinas, água invade casas e moradores ficam no prejuízo: ‘Tudo perdido’


No bairro da Ponte Preta, problema pode ter sido causado por tamponamento de galeria. Chuva forte causa alagamentos em bairros e quedas de árvores em Campinas
A chuva que atingiu Campinas (SP) na noite desta quinta-feira (16) alagou ruas do bairro da Ponte Preta e do Jardim Itaguaçu. Vídeos enviados por moradores à EPTV, afiliada da TV Globo, mostram que a água suja invadiu as casas e causou muitos prejuízos (assista acima).
Na Rua Roldão de Toledo, a casa da Marcia Cristina Giacomelli foi a mais afetada. Ela conta que essa não é a primeira vez que tem a casa afetada pelas enchentes. “Quando começa a chover, a gente vem olhar”, relata a moradora.
“Entrei, apertou mais um pouquinho, eu voltei. No que eu voltei, a água já estava dentro do meu quintal. Tiramos o carro, dá tempo de tirar o carro. A hora que eu entrei para pegar as minhas cachorras, já estava entrando água dentro da minha casa”.
“Desesperados, vendo aquela água muito rápido, mas deu tempo de eu pegar minhas cachorras e levar para a casa da minha mãe. Mas está tudo boiando. A geladeira tombou, inclusive, tombou com o motor virando para a água. Perdi tudo. Molhou tudo os móveis, livros, a água de lavar roupa boiando, colchão. Está tudo perdido”.
No bairro da Ponte Preta, água ficou na altura do joelho dos moradores
Reprodução/EPTV
‘Tampão’ em galeria pode ter causado alagamento
O local que alagou não tem rio ou córrego por perto. Mesmo assim, a água subiu rapidamente e fez todo o estrago. A rua é sem saída e, no final dela, existe uma área de mata. Segundo os moradores, a suspeita é de que a causa do alagamento esteja do outro lado, uma obra na Rua Afonso Pena, atrás do Estádio Moisés Lucarelli.
No local, que também teve alagamento, há uma mureta de blocos que cedeu, além de um barranco com muita terra exposta. “Teve uma erosão muito grande, logo atrás do portão da torcida adversária. Quantidade muito grande de terra ali. Acredito que essa terra acabou descendo, interrompendo algum encanamento, galeria”, diz Marcelo Giacomelli, que mora no local há 40 anos.
“Interrompeu essa passagem da água. Não resolveram esse problema, só aterraram. A primeira chuva que deu, uma quantidade razoável, já deu transtorno. A gente já vem alertando isso há uns dois meses”, destaca.
Em entrevista na manhã desta sexta-feira (17), o engenheiro Eduardo da Prefeitura confirmou que houve um tamponamento da galeria que deveria ajudar no escoamento da água. “Ainda que possa ser insuficiente, ela tem um tempo de concentração e escoamento. Ela funciona”, detalhou.
Como medida emergencial, uma limpeza deve ser realizada no local ao longo do dia. “Tirar todo o material possível e monitorar, porque é para funcionar. A galeria, ainda que possa ser insuficiente, ela tem um tempo de concentração e escoamento”.
“Todo esse material que eles juntam para festa junina, madeira, isso vai ser tudo removido. Nós vamos retirar daqui, porque madeira flutua e ela acaba varrendo para a grelha da galeria”.
Jardim Itaguaçu
Também foram registrados transtornos para os moradores da Rua Lourival de Almeida, no Jardim Itaguaçu, onde existe uma obra de drenagem da Prefeitura. Durante a chuva, moradores fizeram vídeos da água escorrendo pela rua de terra e caindo em um grande buraco do canteiro de obras. Uma cascata de água barrenta se formou.
No final do ano passado, uma cratera se abriu no mesmo local deixou a tubulação exposta. Moradores ficaram insatisfeitos. Na ocasião, a Secretaria de Infraestrutura informou que a primeira etapa das obras tem previsão de conclusão no mês de maio e, só depois do término, uma nova etapa será iniciada para pavimentação da rua.
Eduardo nega que as enchentes desta quinta-feira tenham qualquer relação com o problema registrado no final do ano. “Historicamente, ali é uma ocupação que foi acontecendo natural e não teve um planejamento. É um volume de água muito grande que vai correndo por superficie”, pontua o especialista.
As ruas passarão por um trabalho de limpeza e os trabalhos no local devem ser mantidos. “A Prefeitura tem concentrado esforços e investimentos para construir e implementar galerias de águas pluviais para aquele local. Isso já tem acontecido, existem obras em andamento. Isso tudo é para ser resolvido. O problema é que no período de chuvas as obras atrasam um pouco”.
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