Drake processa Universal por difamação devido à faixa de Kendrick Lamar

O rapper Drake entrou com uma ação judicial na quarta-feira (15) contra sua própria gravadora, alegando que o lançamento e promoção de uma faixa de Kendrick Lamar pela Universal Music Group (UMG), que o difama, configuram difamação e assédio.

A UMG é responsável tanto por Drake quanto por Lamar, dois rappers que no ano passado trocaram uma série de diss tracks (músicas de desrespeito) cada vez mais ácidas.

Guerra musical e suas consequências

“Not Like Us”, de Lamar, que liderou as paradas e foi indicada ao Grammy, foi o golpe principal na guerra musical, e Drake afirmou que as letras, que o acusam de pedofilia, mostram que a Universal o traiu em favor dos lucros.

No processo movido no tribunal federal de Manhattan e visto pela AFP, Drake afirma que a Universal “aprovou, publicou e lançou uma campanha para criar um sucesso viral a partir de uma faixa de rap” que foi “destinada a transmitir a alegação factual específica, inconfundível e falsa de que Drake é um pedófilo criminoso, e sugerir que o público deveria recorrer à justiça com as próprias mãos em resposta.”

Ao lançar e promover “Not Like Us”, o canadense de 38 anos diz que a gravadora escolheu “a ganância corporativa em detrimento da segurança e bem-estar de seus artistas”.

A ação citou a promoção da faixa como causadora de uma “ameaça física à segurança de Drake” além de um “bombardeio de assédio online”.

Ela mencionou um tiroteio antes do amanhecer, em maio passado, em que um atirador feriu um segurança na mansão do rapper em Toronto, e descreveu tentativas subsequentes de invasão.

“Esses eventos não foram coincidência,” diz o processo, antes de detalhar as alegações de difamação.

Um representante da Universal não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da AFP.

Monetização de alegações

Drake – o rapper com maior faturamento atualmente – não está tomando medidas legais contra Lamar, e não está processando pelas letras em si.

“Este processo não é sobre o artista que criou ‘Not Like Us’,” dizem os documentos judiciais. “É, ao contrário, inteiramente sobre a UMG, a empresa musical que decidiu publicar, promover, explorar e monetizar alegações que sabia serem não apenas falsas, mas perigosas.”

O processo afirma que a Universal fez isso promovendo a música, mas também a imagem do álbum – que Drake diz apresentar sua casa real – e o videoclipe associado à faixa.

Estratégia da gravadora em questão

A ação alega que, como o atual contrato de Drake com a UMG – com quem está há mais de uma década – está prestes a expirar, a gravadora está tentando desvalorizar sua música para diminuir seu poder de negociação na renegociação de seu contrato.

Enquanto isso, Lamar estava sob um contrato de curto prazo com a empresa que foi estendido no ano passado.

“A campanha da UMG foi bem-sucedida. A gravação esconde letras perigosamente astutas por trás de uma batida cativante e um refrão atraente,” afirma o processo.

“Capitalizando essas características, a UMG usou todas as ferramentas à sua disposição para garantir que o mundo ouvisse que Drake ‘gosta dos mais novos’.”

Implicações e reações

“Not Like Us” está concorrendo a cinco Grammys no início do mês que vem, incluindo os prêmios de melhor gravação e melhor música do ano.

Lamar, de 37 anos, também está escalado para comandar o cobiçado show do intervalo do Super Bowl no final de fevereiro em Nova Orleans.

Provar difamação exige que um editor distribua informações falsas conscientemente.

O processo enfatiza que a Universal não teria mantido a longa relação comercial com Drake se acreditasse que ele estivesse envolvido em pedofilia ou abuso sexual.

No final do ano passado, Drake havia feito ações pré-litigiosas contra a Universal, que também nomeava o Spotify, em um tribunal estadual de Nova York e no Texas.

Seus advogados retiraram o processo de Nova York ao entrarem com o caso federal.

Uma declaração da Universal divulgada na época da apresentação afirmava que “a sugestão de que a UMG faria qualquer coisa para prejudicar qualquer um de seus artistas é ofensiva e falsa.”

“Empregamos as mais altas práticas éticas em nossas campanhas de marketing e promoção,” continuou a declaração. “Nenhuma quantidade de argumentos legais forjados e absurdos nesta submissão pré-ação pode mascarar o fato de que os fãs escolhem a música que desejam ouvir.”

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