Celular nas escolas: para colocar proibição em prática, Ribeirão Preto estuda como vai guardar aparelhos dos alunos


Nova lei sancionada pelo presidente Lula proíbe que estudantes usem equipamentos nas redes públicas e particular, mas ainda depende de regulamentação. ‘É uma super vitória para a escola’, diz professora e mãe de alunos. Ribeirão Preto estuda como aplicar proibição de celulares nas escolas
A nova lei sancionada pelo presidente Lula que proíbe o uso de celulares nas escolas deve ser colocada em prática na rede municipal de Ribeirão Preto (SP), embora ainda haja questões a serem definidas em torno da mudança, confirma o secretário municipal de Educação, Valdir Martins.
“Vamos colocar em prática o que foi sancionado pela legislação, então realmente ele não poderá ser utilizado em sala de aula”, disse.
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Segundo Martins, a menos de um mês do início das aulas, as equipes discutem como será o armazenamento dos aparelhos dos estudantes que eventualmente levarem para as escolas. A solução, de acordo com o secretário, pode ser diferente de acordo com a realidade de cada unidade educacional.
“A gente tem que estabelecer que seja um local seguro, a gente não abre mão disso e um local que preserve também os equipamentos. A gente não pode deixar em um local que bata muito sol, um local que de repente seja prejudicado pela chuva ou coisa do tipo. Então essa vai ser uma responsabilidade, um compromisso da escola em fazer o manuseio e a guarda”, garante.
Nova lei proíbe uso de celular nas escolas de todo o país
Reprodução/EPTV
Outro ponto a ser definido, de acordo com o chefe da Educação, diz respeito à fiscalização, para que os alunos respeitem as regras.
“Nós já temos um planejamento, estamos discutindo detalhes, mas como a legislação já era uma coisa que estava autorizada no estado de São Paulo, então a gente já vinha também conversando sobre essa possibilidade de a lei federal estabelecer de imediato, então nós já vínhamos conversando. O que a gente precisa realmente são algumas ações, algumas etapas para implementar na prática mesmo.”
Celulares nas escolas
Sancionada na segunda-feira (13), a nova lei federal proíbe o uso de celular durante aulas, recreios, intervalos e atividades extra-curriculares e permite apenas em situações excepcionais, como emergências, necessidade de saúde ou força maior, casos relacionados a fins pedagógicos, conforme orientação do professor, de inclusão de estudantes e atendimento a condições de saúde.
Na justificativa, o texto alerta para a correlação entre o mau desempenho escolar e o tempo excessivo dos alunos nas telas. A lei ainda precisa ser regulamentada, mas, segundo a União, a proibição já pode ser colocada em prática nas redes pública e particular.
Segundo a União, questões como o local de armazenamento dos celulares dependerão da estrutura e capacidade de fiscalização de cada escola.
Ganho para as escolas, diz professora
Mãe de três crianças e professora, Alessandra Freitas concorda com a proibição, ainda que ela represente uma mudança no dia a dia com os filhos.
“A gente ministra aula, trabalha e constrói conhecimentos com o todo. A gente não pode se pautar em um e sim pela coletividade. Do ponto de vista como professora é uma super vitória para a escola” diz.
Uso de celular nas escolas somente será permitido em situações excepcionais
Reprodução/EPTV
Por um lado, ela afirma que o aparelho se tornou uma ferramenta importante para se comunicar com os filhos, sobretudo para organizar quem dos pais vai buscá-los na escola, o que agora precisou ser adaptado. “A gente teve que estabelecer uma pré-agenda de dias fixos de quem vai buscar, ou eu ou meu marido, para que eles já saibam previamente.”
Além disso, nunca notou que o porte do celular tenha prejudicado o desempenho dos estudantes. “O rendimento acadêmico deles é muito bom, eles são muito responsáveis com relação às tarefas, aos estudos, ao aprendizado”, diz.
Por outro, Alessandra reconhece que essa não é a mesma realidade para outros jovens, muitos deles prejudicados pelo vício das telas. Algo que ela consegue notar no dia a dia em sala de aula. “Como professora eu enfrentei muitos momentos em que você chama muita atenção, desfoca a sala, a atenção do coletivo, e a gente tem que pensar em todos os alunos, quem tem facilidade e quem não tem.”
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