Ministério Público denuncia policial por matar dois homens em cavalgada religiosa; vídeo mostra crime


Segundo as investigações, tiros foram disparos contra dois irmãos durante uma confusão na festa que celebra o padroeiro da Comunidade de São José, em Esmeraldas, na Grande BH. Irmãos são mortos a tiros por PM na Grande BH

O Ministério Público de Minas Gerais denunciou um policial militar por matar dois homens a tiros em uma tradicional cavalgada no povoado de São José, na cidade de Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte. O crime ocorreu em março de 2024 (relembre mais abaixo).
Segundo as investigações, os disparos foram efetuados durante uma confusão envolvendo pessoas que estavam no evento e a Polícia Militar. As vítimas eram os irmãos Rafael Francisco Vieira da Silva, de 27 anos, e Branio José Vieira da Silva, de 29, que foram baleados na frente das esposas e dos filhos (veja vídeo acima)..
De acordo com a denúncia, após serem atingidos, eles foram levados à viatura policial sem os cuidados necessários. Um deles chegou a bater a cabeça no chão enquanto era carregado.
As apurações também constataram que um dos homens morreu a caminho do hospital, enquanto o outro faleceu depois de ser hospitalizado
Conforme a promotoria, o PM responderá por duplo homicídio qualificado, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e com emprego de arma de uso restrito.
O MP ainda pediu a condenação do denunciado ao pagamento de R$ 200 mil aos familiares das vítimas, a título de dano moral e de custeio dos gastos com deslocamento, velório e funeral.
Relembre o caso
Os irmãos foram mortos a tiros durante uma cavalgada que celebra o padroeiro da Comunidade de São José, em Esmeraldas, na Grande BH. O evento ocorreu em 10 de março de 2024.
O boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar relatava que Rafael Francisco Vieira da Silva e Branio José Vieira da Silva estariam envolvidos em uma briga. Enquanto os policiais controlavam o tumulto, os dois homens teriam tentado agredir militares com canivetes.
Rafael Francisco Vieira da Silva e Branio José Vieira da Silva
Reprodução/redes sociais
O PM denunciado pelo Ministério Público alegou que atirou para se defender. Um vídeo gravado por participantes da festa flagrou os disparos.
Testemunhas que estavam no local contestaram a versão da corporação e disseram que as vítimas separavam a confusão quando foram baleadas.
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar afirmou, à época, que os dois homens tentaram tomar a arma dos policiais e que foi necessário o uso de força. A corporação também divulgou uma foto do suposto canivete.
Faca usada pelas vítimas
Divulgação/PMMG
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