Moradores da Zona Sul de SP reclamam de moradia provisória para população em situação de rua

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Residentes do Jabaquara temem que dependentes químicos da Cracolândia sejam encaminhados ao local. Prefeitura afirma que violência não aumentou nas regiões em que as casas modulares já foram instaladas. Unidade da Vila Reencontro
Reprodução/TV Globo
Moradores do Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo, estão incomodados com a construção de uma Vila Reencontro no bairro. As vilas são um tipo de moradia temporária para famílias que estão em situação de rua há menos de três anos, principalmente aquelas com crianças.
A primeira começou a funcionar no final do ano passado. Atualmente, três unidades estão em funcionamento; a previsão é de que até o final do primeiro trimestre de 2024 mais sete estejam prontas.
No Jabaquara, dois galpões já foram instalados. A obra deve ser finalizada no início de 2024 e terá espaço para 150 famílias. Os vizinhos, que reclamam da falta de informação e de transparência da prefeitura, temem que usuários de drogas da Cracolândia sejam encaminhados ao local.
Na última sexta-feira (20), alguns moradores conversaram com o subprefeito da região, mas não ficaram satisfeitos com as explicações.
“Nossa preocupação é com o aumento da violência. Aqui já é um bairro muito violento, e pode piorar muito a situação”, afirmou o técnico de laboratório Ailton Cruz.
A Prefeitura afirmou que está disposta a conversar com os moradores de todos os bairros que terão unidades da Vila Reencontro e que a violência não aumentou nas regiões em que as casas modulares já foram instaladas.
Carlos Bezerra Jr., secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, explicou que as famílias são acolhidas por um período de 1 a 2 anos. “Os adultos são capacitados e qualificados para terem de volta a autonomia e se reinserirem novamente na sociedade, no mercado de trabalho. E, para as crianças, escola pública e creche”, disse.
‘Não é a solução definitiva’, aponta especialista
Nabil Bonduki, professor de Planejamento Urbano da USP, explica que as vilas são uma resposta do poder público aos mais de 50 mil moradores em situação de rua na capital. Mas acredita que esse tipo de moradia temporária não é a solução definitiva.
“É, por exemplo, você ter a solução de repúblicas, né? Que seria uma moradia para essa população, mas uma moradia que fosse gerenciada diretamente pelos próprios moradores e que não reunisse uma grande quantidade de moradores do mesmo local”.
A Prefeitura de São Paulo informou que, até o momento, 300 famílias já foram atendidas nas Vilas Reencontro e que 22 delas já conseguiram sair com autonomia financeira.
Esse é o segundo caso polêmico sobre as Vilas Reencontro nesta semana. Na madrugada da última quinta-feira (19), uma obra em Itaquera, na Zona Leste, foi vandalizada, de acordo com a prefeitura. Blocos de concreto foram quebrados e um contêiner foi pichado.

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