Opinião: Governo segue testando a paciência do mercado

Com ressentimentos de dezembro, o mercado doméstico se apega aos supostos pontos positivos que estão por vir. Vale lembrar que todos eles vêm de fora. Enquanto o ministro da Fazenda espera uma acomodação natural do câmbio, o Banco Central já precifica o dólar a R$ 6,00 ao final de 2025. Isso mostra o otimismo por parte do governo, que vem costurando manobras para suas pautas de gasto, como, por exemplo, jogar a votação da isenção de imposto para quem ganha até R$ 5.000,00 após as eleições para presidente da Câmara e do Senado.

Quando temos o ministro do STF Flávio Dino sendo o mais lúcido ao brecar pagamentos para emendas sem transparência, dá para imaginar as lambanças nos meses a seguir. Concordo que é mais fácil criticar do que elogiar, porém minha ótica é apenas sobre os acontecimentos atuais. Tirar um coelho da cartola com o Congresso em ebulição? Penso que seja pouco provável!

As commodities mundo afora vêm sinalizando uma dificuldade na economia chinesa. Todos aguardamos pelos tais incentivos prometidos pelo governo no ano passado. Com a questão do setor imobiliário mais acomodada, pode ser que teremos uma surpresa positiva da segunda maior economia do mundo. Só que temos o famoso “veja bem”. Se as taxações previamente anunciadas pelo presidente Donald Trump forem direcionadas a setores mais sensíveis para a economia americana, podemos ter uma retração global no dólar e alta nos ETFs.

Mas tudo são suposições. O ideal é seguir o fluxo e direcionar para a renda variável quando o horizonte estiver um pouco mais definido. O que de fato me anima é que ninguém quer bolsa brasileira e, pela minha bagagem de 33 anos de mercado, a unanimidade quase sempre está errada.

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