PM usou equipamento com mapa de calor para ver que secretário de Osasco já tinha sido morto por GCM


Os policiais do GATE pediram uma prova de vida do secretário ao guarda e não tiveram resposta. Mapa de calor
Reprodução
O Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar (Gate) utilizou um equipamento capaz de reproduzir o mapa de calor em ambientes para identificar que o secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano de Osasco, Adilson Custódio Moreira, já estava morto enquanto os agentes negociavam a rendição do guarda municipal Henrique Marival de Souza.
Os policiais do GATE pediram uma prova de vida do secretário ao guarda e não tiveram resposta. Na imagem, dá para perceber que só uma pessoa se move, ou seja, o secretário já estava morto quando o Gate fazia a negociação.
O uso da tecnologia foi importante para que os policiais mudassem a conduta durante a negociação e pressionassem mais o guarda a se entregar com vida.
As investigações da Polícia Civil apontam que a morte de Adilson correu quando o guarda-civil municipal Henrique Marival de Souza foi informado que seu trabalho sofreria mudanças nesta nova gestão.
Quando há troca de governo, os funcionários comissionados, que podem ser concursados ou nomeados em comissão, são exonerados, e as nomeações para os novos cargos ocorrem quando o gestor assume oficialmente. Até saírem as nomeações, ninguém sabe exatamente onde irá trabalhar.
O secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano de Osasco havia marcado uma reunião com os guardas-civis municipais da cidade nesta segunda-feira (6) para discutir a estrutura da corporação no novo governo. A reunião ocorria na Sala Oval, o principal espaço para encontros da prefeitura, ao lado da Secretaria de Governo e do gabinete do prefeito Gerson Pessoa (Podemos), que não estava no prédio.
Houve uma discussão entre Adilson e Henrique sobre a alteração de escala, que envolveria mudança de local de trabalho. O GCM, então, sacou a arma e fez disparos contra o secretário-adjunto. Os demais guardas-civis saíram correndo, e o agressor trancou a porta.
O guarda ficou trancado por cerca de duas horas na Sala Oval, e o Grupo de Operações Táticas Especiais (Gate) negociou para que ele se entregasse. A Prefeitura de Osasco disse ainda que o guarda manteve o secretário-adjunto como refém, trancou as portas de acesso e montou barricadas.
O guarda-civil se entregou por volta das 19h30 e foi levado preso à delegacia seccional de Osasco. Em 2017, o guarda havia sido elogiado pelo comandante da GCM por sua atuação em uma ocorrência com motociclistas.
Adilson Custódio Moreira trabalhou na Prefeitura de Osasco por oito anos. Entrou com o ex-prefeito Rogério Lins e foi mantido pelo novo gestor, Gerson Pessoa.
Os corredores foram interditados para os trabalhos das polícias Civil, Militar e Guarda Civil Municipal e os demais funcionários foram orientados a deixar a prefeitura.
No entorno do prédio, diversas ambulâncias e carros da polícia e dos bombeiros acompanharam a ocorrência.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública lamentou “a morte do secretário-adjunto da Segurança do município de Osasco, que foi mantido refém por um guarda civil, na sede da Prefeitura, na tarde desta segunda-feira (6). O autor do crime se entregou após negociações do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), da Polícia Militar. Ele será encaminhado ao 5º Distrito Policial da cidade, onde será ouvido e indiciado. Exames periciais foram solicitados e mais informações serão fornecidas após o registro do boletim de ocorrência”.
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