Meta substitui checadores de fatos por “notas de comunidade”; entenda

A Meta, empresa mãe do Instagram e do Facebook, anunciou uma transformação na forma como modera conteúdos em suas plataformas. Em uma publicação no Instagram, Mark Zuckerberg, CEO da big tech, revelou que o programa de checagem de fatos será substituído pelas “notas de comunidade”, um recurso que permite aos usuários adicionar contexto às publicações.

Segundo Zuckerberg, essa decisão tem como objetivo priorizar violações legais e situações de alta gravidade, enquanto casos menos críticos serão tratados com base em denúncias feitas pelos próprios usuários. “Vamos nos livrar dos verificadores de fatos e substituí-los por notas da comunidade, semelhantes ao X, começando nos EUA. Isso significa identificar menos conteúdos problemáticos, mas também evitar a remoção acidental de postagens de pessoas inocentes”, declarou.

O que são as notas de comunidade?

As “notas de comunidade”, inspiradas no sistema já usado pela plataforma X (antigo Twitter), permitem que os usuários adicionem notas explicativas às publicações para fornecer contexto adicional. A proposta é que a moderação seja mais colaborativa e menos dependente de terceiros, como agências de checagem de fatos.

Zuckerberg explicou que filtros de verificação serão aprimorados para maior eficiência e precisão antes de decidir pela remoção de conteúdos. “Agora, nosso foco será em filtros para combater violações legais e de alta gravidade”, reforçou o CEO em seu comunicado.

Centralização das operações nos EUA

Como parte dessa reformulação, a equipe de “confiança, segurança e moderação de conteúdo” da Meta será transferida para a Califórnia, enquanto a revisão de conteúdos postados nos EUA será centralizada no Texas. Essa mudança gerou surpresa entre parceiros de verificação de fatos, como Jesse Stiller, editor-chefe da Check Your Fact, que declarou: “Não sabíamos que essa mudança estava acontecendo e isso é um choque para nós”.

Reações do mercado e alianças políticas

A decisão da Meta foi elogiada por Linda Yaccarino, CEO do X, que descreveu a medida como uma “jogada inteligente”. Segundo ela, é possível que outras redes sociais sigam o mesmo caminho.

Zuckerberg também usou a ocasião para abordar temas políticos. No vídeo, ele demonstrou entusiasmo com a eleição de Donald Trump e manifestou o desejo de trabalhar com o próximo presidente dos Estados Unidos para combater a censura global e proteger empresas americanas.

“A única maneira de combater essa tendência global é com o apoio do governo dos EUA”, afirmou o executivo. Dana White, presidente do UFC e apoiador de Trump, foi anunciado como novo integrante do conselho administrativo da Meta, reforçando os laços entre a empresa e o futuro governo norte-americano.

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