Entenda como Queijo Minas Artesanal pode se tornar Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco

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Candidatura foi feita em março deste ano, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo. Em junho, o Governo de Minas recebeu um ofício confirmando o recebimento do material a ser analisado. Selo ‘Entre Serras & Queijos’
Rafael Lourenço / EPTV
Minas Gerais…Terra dos queijos. Não há quem não conheça pelo menos um dos diversos tipos do alimento produzido no estado. História e conhecimento que passam de geração em geração e encantam não só o país, mas o mundo. O modo mineiro de fazer queijo artesanal é patrimônio imaterial do estado, do Brasil e, em breve, poderá ser do mundo.
A EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, exibe aos sábados, durante o mês de outubro, o programa “Entre Serras e Queijos”, que mostra a história e as curiosidades da cultura queijeira.
Assista hoje ao 3º episódio do programa “Entre Serras e Queijos” ao vivo no g1. Clique aqui para assistir
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O Queijo Minas Artesanal pode se tornar Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. O objetivo é preservar conhecimentos e técnicas na produção de queijo desenvolvidas ao longo dos últimos três séculos por pequenos produtores rurais de Minas Gerais.
Queijo Minas Artesanal Alagoa
Devanir Gino/EPTV
“Nós identificamos a potencialidade desse produto, dessa forma de expressão, também ser reconhecido na esfera mundial. […] Os modos de fazer das 10 regiões que hoje são caracterizadas como produtoras de Queijo Minas Artesanal no estado. Estamos então nesse processo de candidatura que passa a ser avaliado pela Unesco para o ano de 2024.”, explicou Débora Raíza Silva, diretora de proteção e memória do Iepha.
O processo
O modo de fazer Queijo Minas Artesanal se tornou patrimônio imaterial de Minas Gerais em 2002. Seis anos depois, em 2008, o método usado pelos produtores mineiros foi reconhecido em nível nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Atualmente, o Brasil possui seis patrimônios culturais imateriais da humanidade inscritos pela Unesco. Eles são: Arte Kusiwa, Círio de Nazaré, Samba de Roda, Frevo, Roda de Capoeira e Bumba Meu Boi.
O ‘jeitin’ mineiro de fazer queijo poderá ser o 7º. Para isso, segundo o Iphan, o bem cultural precisa seguir alguns critérios como:
Entenda como Queijo Minas Artesanal pode se tornar Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco
Devanir Gino/EPTV
🧀 Ser registrado como patrimônio imaterial pelo Iphan;
🧀 Ter um plano de salvaguarda elaborado;
🧀 Garantir o envolvimento dos detentores do saber no processo;
🧀 Ser importante para o estabelecimento ou fortalecimento do diálogo entre os vários contextos culturais existentes no mundo;
🧀 Ser representativo dos processos culturais constitutivos da sociedade brasileira e das várias situações sociais, ambientais e geopolíticas existentes no país;
🧀 A candidatura deve reforçar a imagem culturalmente diversificada do Brasil no exterior;
🧀 Transcender sua base social originária e ter significado para amplas parcelas da população brasileira.
Todos estes detalhes devem estar descritos no dossiê de candidatura, encaminhado para a Unesco. De acordo com a entidade, o processo de escolha dos bens materiais e imateriais é feito pelo Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, em Paris.
A candidatura
Queijo Minas Artesanal Canastra
Devanir Gino/EPTV
A candidatura foi feita em março deste ano, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo. Em junho, o Governo de Minas recebeu um ofício confirmando o recebimento do material a ser analisado.
O dossiê traz os detalhes sobre o modo de fazer o queijo, os mecanismos de preservação e a importância do produto para o mundo.
“Você tem que identificar os detentores, quem fez essa proposição à Unesco, quem faz é a própria ‘AMIQueijo’, que é a Associação Mineira de Queijos. […] No caso nosso, a relevância são os valores de produção familiar, agricultura familiar, a subsistência, a comercialização de um produto identitário. [O dossiê] é composto por um documentário que tem também toda a trajetória, tem chefes falando, os próprios produtores identificando a importância, pesquisadores do tema. As cartas de anuência e os vídeos de anuência, ou seja, o consentimento desses produtores de queijo”, explicou Débora.
Queijo Minas Artesanal Canastra
Devanir Gino/EPTV
De acordo com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, o reconhecimento internacional irá fortalecer os pequenos produtores, a economia familiar e o desenvolvimento econômico, inclusivo e sustentável. Isto porque a candidatura valoriza todo o processo de produção do queijo nos contextos familiar, social, ambiental e cultural.
“O território eu costumo chamar de ‘terruai”, terroir. O ‘terruai’ mineiro, o nosso povo, nosso modo de ser, nosso modo de trabalhar, o jeito da gente criar a vaca, até o jeito de fazer ,criou uma especificidade e uma originalidade que fez com que essa possibilidade de ser patrimônio mundial acontecesse, ou seja, é muito especial. É o nosso modo que difere de todo o resto do mundo”, afirmou Leônidas Oliveira.
De acordo com o Iphan, a etapa de avaliação da candidatura terá início em 2024, quando será feita a análise de mérito e emitido um parecer. A decisão final sobre a inscrição do bem na Lista Representativa será realizada entre novembro e dezembro de 2024.
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