Elon Musk é acusado de censurar conservadores no X por discordâncias sobre imigração

O bilionário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), está sendo acusado por conservadores de censurar contas de direita que criticaram suas opiniões sobre imigração.

As alegações surgiram depois que, entre quinta (26) e sexta-feira (27), pelo menos 14 perfis conservadores relataram que perderam o selo de verificação azul e acesso a recursos premium, como monetização por assinaturas e compartilhamento de receita publicitária, segundo uma investigação da NBC News. Alguns usuários afirmam que o número de contas afetadas é ainda maior.

Embora as contas permaneçam ativas, elas não têm mais acesso às ferramentas de monetização. Os usuários afirmaram temer que isso afete sua capacidade de continuar publicando conteúdo na plataforma.

Entre os críticos, muitos interpretaram a ação como uma traição de Musk, que comprou o Twitter em 2022 prometendo defender a liberdade de expressão, especialmente de vozes conservadoras que, segundo ele, eram injustamente reprimidas. Apesar de Musk se declarar um defensor da liberdade de expressão, ele já chegou a pedir prisão para alguns de seus críticos.

Nem Musk nem a plataforma X se pronunciaram sobre o assunto. No entanto, na noite de quinta-feira, cerca de uma hora antes das reclamações começarem, Musk publicou um aviso no X explicando que o algoritmo da plataforma reduz automaticamente o alcance de usuários frequentemente bloqueados ou silenciados por outros perfis verificados. Confira:

A declaração, porém, não amenizou as acusações de censura e gerou novas críticas, com usuários acusando Elon Musk de realizar “shadowbanning” — prática que reduz o engajamento de contas sem notificá-las oficialmente.

Ações ocorreram durante debate sobre imigração nos EUA

As medidas contra as contas conservadoras coincidem com um intenso debate sobre imigração durante a transição de governo do presidente eleito Donald Trump. Figuras anti-imigração, alinhadas ao movimento MAGA (Make America Great Again), têm criticado publicamente Musk e outros executivos pró-imigração, como o empresário e político americano, Vivek Ramaswamy.

Muitos dos perfis afetados são ligados ao ConservativeOG, um veículo conservador liderado pelo influenciador Preston Parra, de 23 anos. Parra acusou Musk de realizar um “ataque político” como retaliação por discordâncias públicas sobre a imigração.

“Se alguém acha que a verdadeira base do MAGA e da direita vai ficar parada enquanto esses bilionários nerds do Vale do Silício, que não foram suficientemente intimidados na escola, roubam nosso país, estão muito enganados”, disse Parra. Ele também chamou Musk de “Cavalo de Troia” no campo de Trump.

Relação entre Elon Musk e Trump gera novas críticas

Recentemente, Trump anunciou que Musk e Vivek Ramaswamy liderariam o futuro “Departamento de Eficiência Governamental” de sua administração, o que causou um grande entusiasmo após a eleição de 5 de novembro.

Entretanto, a nomeação de Sriram Krishnan, um investidor em tecnologia, como conselheiro da Casa Branca em políticas de inteligência artificial, intensificou o escrutínio de aliados da extrema direita sobre Musk e Ramaswamy, especialmente por suas declarações favoráveis à imigração legal.

Imigrante, Musk nasceu e foi criado na África do Sul, tornando-se cidadão norte-americano em 2002. A posição do empresário sobre imigração tem alimentado tensões com a base mais radical de Trump, que defende políticas restritivas no tema.

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