Últimos dias do ano devem ser de chuva em boa parte do Brasil; veja o que esperar para o Ano Novo


Formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) deve canalizar umidade da Amazônia para o Sudeste. Algumas capitais podem ter chuva fraca na hora da virada. Réveillon da praia de Copacabana terá show de luzes e palco com formato de pandeiro
Richard Santos/Riotur
Os últimos dias do ano devem ser de tempo muito instável em boa parte do Brasil. A expectativa é que as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste registrem grandes volumes de chuva.
Isso porque, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma nova Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que se formou no país na quinta-feira (26) deve trazer muita chuva para as áreas entre a Amazônia e o Sudeste ao menos até o dia 30.
➡A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) se caracteriza por uma extensa faixa de nuvens que normalmente vai do Norte ao Sudeste. O sistema é responsável por manter o tempo instável nessas regiões, gerando acumulados consideráveis de chuva.
“A gente vai ter muita chuva principalmente ali no Centro-oeste, destacando Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e norte do Mato Grosso do Sul”, comenta Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.
No Sudeste, os maiores volumes devem ser registrados em grande parte de São Paulo, Rio de Janeiro, frande parte de Minas Gerais e até o sul do Espírito Santo.
Corredor de umidade que deve trazer chuva para boa parte do país na última semana do ano.
Inmet
De acordo com a Climatempo, o novo sistema deve trazer acumulados superiores a 100 milímetros para diversas áreas nessa faixa. Em alguns locais, os volumes podem chegar a 150 milímetros.
“Com a expectativa de temporais, há risco de alagamentos, transbordamentos e deslizamentos. […] No Rio de Janeiro, por exemplo, algumas áreas do estado podem chegar a 200 milímetros, o que pode levar a algum desastre maior”, alerta o meteorologista.
⛈Segundo a Climatempo, os destaques de chuva para cada região são:
Norte – Acre, Amazonas, Rondônia, sudoeste do Pará e sul do Tocantins.
Centro-Oeste – Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal.
Sudeste – centro-sul de Minas Gerais, o norte de São Paulo e o Rio de Janeiro.
Vai chover no Ano Novo?
A previsão do tempo para o Ano Novo indica que alguns locais podem ter chuva na virada de ano.
Luengo indica que as seguintes capitais devem ter chuva no Réveillon:
Rio de Janeiro – chuva deve ser fraca e isolada na hora da virada.
Vitória – a chuva pode ser um pouco mais pesada.
Belo Horizonte
Brasília
Porto Velho
Em Florianópolis, Curitiba, Goiânia e Rio Branco também há possibilidade de chuva. “Mas nessas capitais, se chover, deve ser fraco. Nas demais, a chance de chuva é bem pequena”, analisa o meteorologista.
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Verão quente e chuvoso
O tempo previsto para os últimos dias do ano resume bem a expectativa de como deve fica o clima no verão.
Estação mais quente do ano – que começou em 21 de dezembro e se estende até 20 de março – não deve ser marcada por grandes ondas de calor e deve ter chuva acima da média.
De maneira geral, a Climatempo destaca que as principais tendências para a estação neste ano são:
Formação frequente de corredores de umidade entre o Norte, Centro-Oeste e Sudeste, contribuindo para a instabilidade no clima — há possibilidade da formação de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) ao longo do verão.
Chuvas volumosas, que podem ficar acima da média, em boa parte do Sudeste, Centro-Oeste, Norte e parte do Nordeste.
Temperaturas acima da média no Sul e em parte da região Norte, com alguns dias com calor acima do normal.
Alta nebulosidade e chuva frequente, o que deve impedir a formação de ondas de calor de grande abrangência sobre o país.
Com a previsão de um verão com chuvas acima da média em boa parte do país, dois sistemas comuns dessa época do ano vão contribuir para os grandes volumes de chuva:
Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) – se caracteriza por uma extensa faixa de nuvens que normalmente vai do Norte ao Sudeste. O sistema é responsável por manter o tempo instável nessas regiões, gerando acumulados consideráveis de chuva.
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) – é um encontro de ventos na região do Equador. É dos principais sistemas meteorológicos causadores de chuva nas regiões Norte e Nordeste durante o verão e o outono, segundo o Inmet.
🌧Grande parte do Sudeste e Centro-Oeste e algumas áreas do Norte e do Nordeste devem ter chuva volumosa e frequente ao longo de toda a estação. (veja no mapa abaixo)
Chuvas no verão
Arte/g1
As exceções ficam para o Sul e parte do Norte do país. No Sul, o verão será de chuvas irregulares e espaçadas, com predomínio de tempo seco. Já no Norte, a tendência é uma estação um pouco mais seca do que o normal.
A tendência de um verão com mais nebulosidade e chuva também deve fazer com que o calor fique mais próximo da média em boa parte do país.
Isso também deve evitar longos períodos de calor intenso no Centro-Oeste e Sudeste, como aconteceu nos últimos verões. De acordo com a Climatempo, não há expectativa de ondas de calor de grande abrangência no Brasil nos próximos meses.
A região Sul é praticamente a única que tem a possibilidade de registrar algumas ondas de calor localizadas no verão, com uma sequência mais extensa de marcas acima do normal.
Temperaturas verão
Arte/g1
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