AGU investiga novo erro da cotação do dólar no Google e pede detalhes ao BC

Câmbio elevado gera desancoragem e pressiona cenário fiscal

Nesta quarta-feira de Natal (25), o Google exibiu uma cotação incorreta do dólar, indicando o valor de R$ 6,38, apesar de os mercados estarem fechados devido ao feriado. A situação chamou a atenção do governo, uma vez que o dólar à vista havia encerrado sua última negociação em R$ 6,1851 e o contrato futuro mais líquido, com vencimento em janeiro de 2025, em R$ 6,2050.

A Advocacia Geral da União (AGU) já anunciou que pedirá informações ao Banco Central (BC) para apurar as razões por trás do erro e reunir dados que podem embasar uma ação jurídica contra o Google.

O Google informou que os dados exibidos na busca são fornecidos por provedores terceirizados, como a Morningstar, uma empresa global de pesquisa financeira sediada em Chicago e presente em 27 países. Em nota, a gigante tecnológica destacou: “Trabalhamos com nossos parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações”.

Embora erros similares tenham ocorrido anteriormente, o caso desta quarta-feira ganhou relevância por coincidir com o fechamento dos mercados, quando nenhuma transação estava sendo realizada, ampliando a repercussão.

Banco Central e medidas institucionais

O presidente interino do Banco Central, Gabriel Galípolo, colocou a equipe de plantão em alerta para atender ao pedido da AGU e entregar os dados necessários. Galípolo, que assumirá oficialmente o comando do BC em 1º de janeiro de 2025, lidera a autarquia temporariamente enquanto Roberto Campos Neto está em recesso.

O BC tem enfrentado um ano de alta volatilidade no mercado cambial, intensificada por recordes de remessas e uma saída expressiva de recursos. Para manter a liquidez, a autoridade monetária realizou ofertas de dólares em volumes incomuns para o período.

Volatilidade no câmbio e o impacto do erro
Com o mercado cambial enfrentando desafios desde o início do ano, erros em plataformas como o Google podem gerar desinformação e aumentar a incerteza entre investidores e operadores. Na semana anterior, o dólar atingiu seu maior valor nominal em relação ao real, sendo negociado a R$ 6,267 no dia 18 de dezembro.

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