‘Foram mais de 30 tiros’, diz mãe de jovem baleada dentro de carro por agentes da PRF

Jovem estava no carro junto com a família no Rio de JaneiroReprodução/TV Globo

A mãe de Juliana Leite Rangel, a jovem de 26 anos que foi baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal em Duque de Caxias na véspera de Natal, afirmou que os agentes da PRF dispararam mais de 30 vezes contra o carro da família.

Segundo Dayse Rangel, pessoas que estavam no local após o ocorrido contabilizaram mais de 30 cápsulas de bala. Ela também disse que o carro não estava em alta velocidade.

“Não veio assim tão alta velocidade porque o nosso carro é um carro mil, é um carro que não corre, não tinha motivo deles saírem atirando no carro da gente, não tinha. A gente estava andando normal, mas eles vieram atrás”, contou a mulher.

De acordo com Dayse, o pai de Juliana, Alexandre Rangel, ouviu a sirene e pensou que era para encostar o carro.

“A gente viu a luz piscando, mas meu marido achou que eles estavam querendo passagem. Meu marido deu, só que eles não passaram, aí a gente voltou para o mesmo lugar. Quando a gente retornou para o mesmo lado, eles começaram a tirar, começaram a metralhar o carro. Foram mais de 30 tiros, que a gente foi contar, pessoal contou as cápsulas lá? Foi mais de 30 tiros no carro da gente”, relatou.

Para Alexandre, a situação foi tão estarrecedora que ele pensou que se tratava de bandidos e não de policiais conduzindo a viatura.

“Eu cheguei a pensar até que era bandido que tava conduzindo a viatura da Polícia Rodoviária Federal. Eu falei que um policial não ia fazer isso. Aí encostei o carro e ele continuou atirando pra cima. Aí eu falei que é isso, aqui é família, tem uma família aqui. Aí ele falou, você atirou na gente lá atrás. Eu falei, nem arma eu tenho, como é que eu vou atirar em vocês? Nunca dei um tiro”, disse.

Policiais foram afastados

A Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ordenou o afastamento dos agentes envolvidos na ação. Em comunicado, a PRF lamentou o episódio e afirmou que os policiais foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.

“Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso”, diz a nota.

Após os socorros iniciais, Juliana foi levada para receber atendimento no Hospital Adão Pereira Nunes, onde foi submetida a uma cirurgia. De acordo com a prefeitura de Duque de Caxias, seu estado de saúde é considerado gravíssimo.

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