Exoneração de diretor do Arsenal de Guerra em SP é publicada nesta sexta após furto de 21 metralhadoras em quartel

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Tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista foi exonerado do cargo de diretor da base militar em Barueri, Grande São Paulo, segundo o Diário Oficial da União. Em seu lugar, assume o coronel Mário Victor Vargas Júnior. Furto de metralhadoras: diretor do Arsenal de Guerra em SP será exonerado, informou general
A exoneração do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista da direção do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) foi publicada nesta sexta-feira (20) no Diário Oficial da União. Ele deixa o cargo após o furto de 21 metralhadoras do AGSP em Barueri, na região metropolitana. Em seu lugar, assume o coronel Mário Victor Vargas Júnior.
Segundo informou na quinta-feira (19) o general de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste.:
Há militares envolvidos no desvio, mas a quantidade e nomes dos militares serão mantidos em sigilo
Militares temporários serão expulsos
Militares de carreira serão submetidos a conselho de justificação ou disciplina, caso seja comprovada a participação deles
Todos os processos da organização militar estão sendo revistos e, paralelamente à investigação, os militares que tinham encargo de fiscalização e controle poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais responsabilidades
General Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste do Exército, durante coletiva sobre furto de metralhadoras
Reprodução/TV Globo
“O Exército considera esse episódio inaceitável e não medirá esforços para responsabilizar os autores e recuperar todo o armamento no mais curto prazo. Tudo está sendo investigado, e os ilícitos e desvios de conduta serão responsabilizados nos rigores da lei”, garantiu.
“A linha de investigação mais provável é a de que as armas foram desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo, embora nenhuma hipótese tenha sido descartada até o presente momento. Há possibilidade de o extravio ter ocorrido no lapso temporal de 5 a 8 de setembro”, disse o general.
Segundo ele, a decisão de exonerar o responsável pelo Arsenal de Guerra foi tomada pelo comandante do Exército, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
O tenente-coronel foi procurado pela TV Globo, mas não quis se pronunciar a respeito da exoneração.
AO VIVO: Exército dá entrevista coletiva sobre furto de metralhadoras em SP
Também nesta quinta, 8 das 21 metralhadoras que foram furtadas do Arsenal de Guerra foram recuperadas na Zona Oeste do Rio pela Polícia Civil fluminense. A apreensão foi feita por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Como o furto foi descoberto
O general Maurício contou que o armamento é diariamente conferido, no entanto, comentou que a última conferência oficial feita antes do descobrimento do furto ocorreu em 6 de setembro, ou seja, mais de um mês antes da ocorrência.
“Essas armas ficam numa reserva de armamento, por serem inservíveis, essa reserva é lacrada e é conferido diariamente esse lacre. Houve, no dia 10 de outubro, a verificação de uma possibilidade de ter um arrombamento ali, de uma troca de cadeado, e era possível forçar a porta para poder entrar. Além do cadeado, havia um lacre nessa reserva. O que realmente ocorreu foi que o lacre foi substituído, mas também o cadeado”, explicou.
“Nesse dia, descobrimos que havia sido subtraído esse armamento. A última conferência oficial que houve dessa sala ocorreu no dia 6 de setembro, foi o último dia que entraram para retirar armamentos.”
Segundo o militar, as armas do arsenal “estão sendo verificadas junto ao inquérito policial militar. “Há câmeras e todo esse material foi recolhido”, disse.
Qual é a função do arsenal
O general Maurício explicou que o Arsenal de Guerra não armazena fuzis de forma orgânica. Segundo ele, o arsenal é uma organização militar de manutenção.
“Ele recebe esse armamento de outras organizações militares da região de São Paulo para fazer a manutenção. [Os armamentos] entram ali indisponíveis e há uma verificação se a recuperação é econômica. Se for antieconômica, há um processo de desfazimento, ou seja, esse material é inutilizado e retirado do patrimônio do Exército.”
Veja quais são os modelos das armas furtadas no quartel do Exército de Barueri
Exército investiga militares
Cerca de 480 militares foram ‘aquartelados’ depois que 21 metralhadoras foram furtadas do Exército em Barueri, Grande São Paulo
Reprodução/TV Globo e Exército brasileiro
O Exército investiga se pelo menos três militares do quartel de Barueri, na Grande São Paulo, participaram do furto das 21 metralhadoras de guerra a pedido de facções e se o crime foi cometido a partir do feriado de 7 de setembro e se continou nos dias seguintes.
As informações acima foram confirmadas nesta quinta-feira (19) pela TV Globo e g1 com fontes ligadas à investigação e também parentes dos militares que continuam impedidos de sair do Arsenal de Guerra depois que o desaparecimento delas foi confirmado. Atualmente, cerca de 160 militares estão “aquartelados” no quartel desde a semana passada. Todos tiveram seus celulares confiscados e estavam trabalhando entre os dias 6, 7 e 8 de setembro.
Antes, aproximadamente 480 tinham sido “retidos” inicialmente. Mas na terça-feira (16) 320 deles foram “soltos” para voltarem para suas casas. Mais de 50 militares já foram ouvidos pelo Exército no Inquérito Policial Militar (IPM) que apura o sumiço das metralhadoras.

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