Idosos de abrigo filantrópico de SP vão ao estádio do Corinthians pela primeira vez: ‘É um sonho’

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Luiza e Eleon, corintianos, e até Pedro, que é santista, passeiam fora do Lar Mãe Mariana e se divertem com partida de futebol. Internos de abrigo filantrópico em SP vão pela primeira vez ao estádio do Corinthians
O Profissão Repórter exibiu nesta terça-feira (17) uma reportagem sobre a difícil vida dos idosos abandonados pelas suas famílias ou maltratados por quem cuida deles, dentre familiares e pessoas próximas. E mostrou as histórias dos internos de um abrigo filantrópico na Grande São Paulo, que tentam sobreviver com dignidade após viverem dificuldades durante boa parte da vida, mas que tiveram um dia de festa com um passeio à Neo Química Arena, estádio do Corinthians.
A surpresa deixou Luiza Maria de Vasconcelos, 75, muito empolgada. Ela acompanha o filho no abrigo – com uma condição neurológica, ele está atualmente de cama e a mãe decidiu também viver no local para não ficar longe dele.
“Quando a gente sai, sai a turma toda. Hoje vai ser o futebol, lindo!”, disse Luiza.
Outra interna do abrigo a ir para o estádio foi Olga, 65 anos. Ela é uma das poucas pessoas do Lar Mãe Mariana que estão lúcidas, e revelou sentir a falta de alguém com quem conversar. E também estava muito feliz com a oportunidade de fazer algo inédito – ir ao estádio corintiano.
“Eu nunca fui lá, é a primeira vez. Vai ser tudo de bom.com.br”, comemorou.
Eleon, 63, está sóbrio há um ano e luta contra o vício em crack que o fez perder duas famílias. Ele era um dos mais felizes. Corintiano, ele não conteve a ansiedade para ver o clube do coração das arquibancadas. Foi uma amostra do que ele pretende para a nova fase da vida, quando puder voltar a viver fora do abrigo.
“Desde quando eu nasci já era corintiano. Meu pai era corintiano, então automaticamente já virei um sofredor, e hoje vou sofrer mais um pouquinho lá. É a primeira vez que vou ao estádio”, disse.
Seu Pedro estava arrumado com o boné de sair, mas não é corintiano. Mesmo sendo santista, a ida ao dérbi paulista foi um acontecimento para ele, que está no abrigo há dez anos.
Dentro de campo, no entanto, ele não aprovou a qualidade do futebol que viu. “O resultado não importa, não. Mas eu acho que para o Corinthians foi uma vitória, viu”, ironizou.
Luiza também não escondeu a insatisfação com a falta da vitória do time que torce. “Zero a zero é porcaria. Não gostei, não”, reclamou.
Luiza Maria de Vasconcelos, torcendo pelo Corinthians.
Reprodução/Profissão Repórter
Para Eleon, no entanto, a alegria de ter estado nas arquibancadas do estádio corintiano já valia o dia. “Uma delícia. Um sonho. Agora posso morrer. Conheci o estádio do meu time”, disse o fanático torcedor.
Veja a íntegra do Profissão Repórter desta terça-feira (17):
Edição de 17/10/2023
Assista às reportagens do Profissão Repórter:

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