Servidores estaduais de Sorocaba ficam sem transporte gratuito para hospital de São Paulo


Suspensão foi feita pela Prefeitura de Sorocaba, que alega que o SUS só determina transporte para pacientes atendidos pelo próprio sistema único de saúde. Hospital do Servidor Público de São Paulo
Reprodução/Google Earth
Dezenas de servidores estaduais de Sorocaba (SP) que fazem tratamento pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe) reclamam da falta de transporte gratuito para o Hospital do Servidor, que fica na capital. O serviço era oferecido informalmente pela prefeitura há 20 anos, mas foi cortado no início de novembro.
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Em entrevista ao g1, Ana Joaquina Alves disse que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2023 e precisou fazer uma cirurgia. “Agora, tem o acompanhamento e estão querendo deixar a gente sem o transporte”, lamenta.
Há casos em que os pacientes precisam estar na capital duas vezes por semana. Outra paciente reclama dos valores que os pacientes terão que custear. “Muitas pessoas fazem tratamento para hemodiálise, tratamento de câncer, tratamento de rins, coração e vão todos ter que bancar o transporte para seus tratamentos, até o servidor”, diz. Conforme ela, cada viagem custa mais de R$ 100.
“Minha mãe, com 78 anos, tem muita dificuldade para andar e utilizava deste transporte, tão necessário para ir ao tratamento da saúde dela no hospital do Servidor Público em São Paulo”, diz Katia Santos.
“Já fiz uso do transporte quatro vezes e em todas fiquei muito satisfeita com o cuidado e a atenção do motorista para com os pacientes. Hoje fiquei sabendo que os colegas que agendaram para o mês de novembro tiveram seus agendamentos indeferidos. Tenho 59 anos e muita dificuldade de ir para São Paulo de ônibus”, reclama outra servidora estadual.
O servidor Felipe Bueno diz que o “serviço que é de extrema importância e utilidade aos usuários” e que a Prefeitura de Sorocaba retirou “um bem para nós munícipes que pagamos impostos como todos, ao direito ao transporte para consultas ao hospital”.
A servidora Marisa Dias Monteiro e o marido, Roberto de Oliveira, também estão passando pelo problema. Eles fazem tratamento oncológico em São Paulo. “Somos pessoas que não temos condições financeiras de bancar transporte constantemente para São Paulo e essa situação de estresse tende a piorar nossas condições de saúde.”
O que diz a prefeitura
Segundo a Prefeitura de Sorocaba, o transporte é disponibilizado pela Secretaria de Saúde conforme resolução e portaria de 2017, destinado ao deslocamento de usuários para realizar procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), não de convênios.
Ainda conforme a prefeitura, o transporte de pacientes conveniados era feito sem apelo formal, mas priorizando pacientes do SUS. “Ocorre que, se houvesse vaga e combinação de trajeto, pacientes conveniados eram levados como forma complementar de auxílio”, alega.
“Por questões de priorização ao atendimento SUS, este auxílio foi encerrado no dia 1º de novembro, sendo avisado com antecedência. Vale ressaltar que a disponibilização de transporte a usuários que não seja a Hospitais e Clínicas do SUS e ou conveniadas é de responsabilidade do próprio beneficiário junto ao Convênio Médico, Planos de Assistência Médica Privados e particular a disponibilização de transporte.”
Sindicato e estado
O Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação do Estado de São Paulo afirmou que a posição da entidade é defender e ajudar os filiados, “só que a Prefeitura tem que ver acima de tudo que todos que usam esse transporte, são cidadãos e eleitores e que necessitam desse transporte”. “Tanto é que o mesmo foi feito até agora e porque cortaram?”, questiona.
A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que a situação compete à prefeitura.
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