Ibovespa recua 1% com incertezas fiscais e impacto da China

O Ibovespa cai mais de 1% nesta sexta-feira (7), refletindo um cenário de cautela com o mercado atento à reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros para discutir o corte de gastos públicos. Essa movimentação ocorre em meio a uma decepção com as medidas anunciadas pela China, que não geraram o impacto esperado nos mercados globais.

Às 10h15, o Ibovespa opera em queda de 1,8%, cotado aos 127.770,76 pontos.

No cenário doméstico, a expectativa é alta para a reunião das 14h no Palácio do Planalto, onde Lula e diversos ministros devem tratar sobre medidas fiscais e possíveis cortes orçamentários. Na véspera, uma matéria da CNN Brasil influenciou o sentimento do mercado ao divulgar que o governo estaria avaliando duas propostas de corte de gastos: uma de 15 bilhões de reais e outra de 10 bilhões de reais. No entanto, o Ministério da Fazenda se manifestou afirmando que a informação não representa o que está em discussão atualmente entre as esferas econômica e política, sem fornecer mais detalhes.

Inflação acima do esperado pressiona mercado financeiro

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou um aumento de 0,56% em outubro, superior ao avanço de 0,44% registrado em setembro. Analistas consultados pela Reuters projetavam um crescimento de 0,53%, mas o resultado acumulado em 12 meses alcançou 4,72%. Essa leitura mais forte do que o esperado coloca pressão sobre a política monetária, gerando debates sobre os próximos passos do Banco Central.

Decepção com a China afeta commodities e humor global

No panorama internacional, os investidores demonstram frustração com as últimas medidas anunciadas pela China. O programa de refinanciamento da dívida dos governos locais, que soma cerca de US$ 1,4 trilhão, foi recebido de forma morna pelo mercado. O pacote não impressionou os analistas e refletiu negativamente no preço do minério de ferro, afetando diretamente as ações de mineradoras e empresas exportadoras brasileiras. Além disso, a retirada de parte do entusiasmo em relação ao “Trump trade” adicionou mais incertezas ao mercado.

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