Depois de 6 anos, Brasil deve voltar a colher safra recorde de arroz


O Centro-Oeste – muito importante na produção de soja e milho – está de olho no arroz. O Sudeste do país também está apostando mais no cereal. Brasil deve voltar a colher safra recorde de arroz, depois de seis anos
Depois de seis anos, o Brasil deve voltar a colher uma safra recorde de arroz.
Colheita em Goiás. Plantio no Rio Grande do Sul. O agricultor brasileiro voltou a apostar no cultivo do arroz. A safra 2024/25 deve ser a maior dos últimos anos.
“A gente está trabalhando na garantia da comercialização, garantindo também um preço justo, assegurando um preço justo para os produtores. E esses cálculos que o agricultor faz antes de semear, fez com que ele optasse em produzir mais arroz”, diz Edegar Pretto, presidente da Conab.
Os gaúchos seguem na liderança com 70% de todo o arroz produzido no Brasil. E, nesta safra, vão aumentar em quase 10% a área cultivada.
A região Centro-Oeste – muito importante na produção de soja e milho – também está de olho no arroz. Os dados da Conab mostram que, nesta safra, os produtores vão diminuir áreas onde tradicionalmente plantam esses dois grãos para investir na cultura do arroz. O Sudeste do país também está apostando mais no cereal.
Depois de 6 anos, Brasil deve voltar a colher safra recorde de arroz
Jornal Nacional/ Reprodução
Parte da explicação está no preço pago ao produtor. O quilo está cotado a R$ 2,36, enquanto o da soja vale R$ 2,16, e o milho sai por R$ 0,81 o quilo.
Em uma fazenda em Bela Vista de Goiás, o dono plantou 86 hectares irrigados na safra passada e, desta vez, são 200 hectares.
“O arroz está indo muito bem, inclusive no ano passado a gente já estava com tudo comprado para a soja, mas aí substituímos 86 hectares por arroz e foi um espetáculo. Porque o arroz produziu muito bem”, diz Roberto Ferreira, engenheiro agrônomo da fazenda.
Depois de 6 anos, Brasil deve voltar a colher safra recorde de arroz
Jornal Nacional/ Reprodução
O sucesso também está ligado às pesquisas de melhoramento genético feitas nos laboratórios da Embrapa em Goiás. São cinco décadas de estudos que resultaram em sementes mais resistentes a doenças e com produtividades maiores.
“Em cada grão desse aqui existe muita tecnologia embarcada para chegar nesse máximo potencial produtivo, gastando-se o menos possível e no menor tempo possível. Nós estamos falando de cultivares que produzem até 9 toneladas por hectare em 100 dias. São dados, são números que exemplificam essa eficiência de produção muito maior que nós temos hoje, graças aos produtores, ao manejo e à genética que está à disposição hoje no mercado”, explica Adriano Pereira de Castro, pesquisador da Embrapa.
“O mundo está com fome, outros países estão limitados. E a gente vai produzir. A gente sabe produzir e, cada vez, vai melhorar mais. Quem investir mais, vai produzir mais”, afirma Roberto Ferreira.
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