Golpe do azeite: polícia fecha fábrica clandestina na Zona Oeste do Rio; óleo de soja era misturado com restos do produto


Marca inexistente foi criada por quadrilha. Os investigadores dizem que os golpistas reaproveitavam vários produtos de lotes até impróprios pra consumo, recolhidos pelo Ministério da Agricultura. Polícia fecha fábrica clandestina de azeite na Zona Oeste do Rio
Reprodução
Marcas de azeite, produto com alta de preços no momento, estão sendo criadas por bandidos e vendidas no mercado formal no Rio de Janeiro. A Polícia Civil fechou uma fábrica clandestina, na Zona Oeste do Rio. O rótulo prometia qualidade e cobrava caro.
O azeite falsificado tinha estoque e linha de produção: um galpão, em Barra de Guaratiba, onde a Polícia Civil flagrou o esquema ilegal.
Os investigadores dizem que os golpistas reaproveitavam vários produtos de lotes até impróprios pra consumo, recolhidos pelo Ministério da Agricultura.
Eram dois esquemas:
No primeiro, a polícia afirma as máquinas misturavam 70% de óleo de soja com resto de azeite ruim e criavam uma nova marca, engarrafavam e vendiam, como se tudo estivesse dentro dos padrões.
No segundo, azeite sem qualidade, ganhava uma nova roupagem. Recebia um novo rótulo e uma garrafa novinha para venda.
Eles criaram uma marca inexistente, e qualquer pessoa comum olhando no balcão, na prateleira do mercado, não vai conseguir perceber. Vai levar o produto falso, pagando um preço de um produto por outro. Após as perícias e a identificação de todo esse material, a gente vai conseguir determinar que eles faziam dois tipos de operação, rotulando um produto já existente que deveria ter sido descartado e depois misturando produtos inferiores e rotulando e vendendo como um produto original de um azeite de marca”, diz o delegado Marco Castro, que investigou o caso.
Quatro detidos
Os agentes afirmam que o produto misturado e falsificado era vendido, em grande quantidade, para mercados do Rio e apura se quem revendia nas prateleiras sabia desse esquema clandestino.
Os investigadores encontraram quatro funcionários dormindo no galpão. Todos eram de minas gerais e foram presos em flagrante. Autuado na Delegacia de Campo Grande por crime contra a economia popular, o grupo foi liberado depois de pagar fiança.
Para a polícia, o rótulo que prometia qualidade entregava mentira. Agora, os investigadores quem descobrir se o azeite falsificado da Zona Oeste também faz mal à saúde.
Os agentes vão pedir para que o Ministério da Agricultura analise as amostras apreendidas na fábrica, pra saber o que, de fato, era usado, na mistura. O resultado deve ficar pronto em até 30 dias.
Depois do flagrante, hoje à tarde a Polícia Civil interditou o galpão, em Barra de Guaratiba.
“Pro consumidor fica a dica: quem não tem expertise em um código uma autorização da Anvisa, Ministério da Agricultura, procure ver marcas que já foram tidas como impróprias pelo ministério e publicadas pela imprensa, redes sociais e não comprem essas marcas porque podem trazer riscos pra saúde. Devem estar atentas não somente ao preço porque às vezes pode sair mais caro até dar problemas de saúde”, acrescentou.
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