Diga não, sem culpa


Não quero! Não gosto! Não vou! Não!
Pense em quantas vezes, ao longo da vida, você já repetiu essas frases com convicção. É possível também que se recorde de momentos em que o “não” não foi o protagonista da história. Afinal, há situações em que dizemos “sim” por solidariedade, empatia ou pura necessidade, considerando que isso traria consequências mais favoráveis para aquele instante. E tudo bem!
No entanto, muitas pessoas enfrentam enormes dificuldades em ser assertivas. Na tentativa de evitar conflitos, sejam eles pessoais ou profissionais, acabam sendo permissivas e complacentes, permitindo que o outro decida e, muitas vezes, causando prejuízos a si mesmas. Esquecem-se da importância de estabelecer seus próprios limites.
Assim, pessoas com baixa autoestima encontram mais dificuldades para afirmar suas necessidades. A percepção negativa que têm de si mesmas faz com que considerem que suas opiniões são menos importantes do que as dos outros, levando-as a concordar para agradar.
Dizer “não” é um aprendizado necessário. Quem tem dificuldade associa o “não” a uma palavra ofensiva. O medo da rejeição é um dos principais fatores. Uma vez que somos condicionados desde criança ao reconhecimento e à aceitação dos outros, dizer “não” é algo que, para algumas pessoas, pode colocar essa aceitação em risco e, com isso, surge o receio de que outro vai deixar de amá-las ou passe a ter uma opinião desfavorável sobre elas.
No entanto, dizer “não” é um ato de autocuidado. É uma habilidade essencial para nosso bem-estar emocional. É um sinal de respeito próprio, pois transmite ao outro que suas necessidades são válidas e importantes. Estabelecer limites é fundamental para a saúde mental. Quando constantemente concordamos contra a própria vontade, o sentimento de angústia surge como resposta.
No ambiente de trabalho, por exemplo, muitas vezes aceitamos mais compromisso do que podemos cumprir, por medo de perder o emprego ou em busca de validação e reconhecimento. Isso resulta em sobrecarga e afeta negativamente tanto no corpo quanto a mente. A Síndrome de Burnout é uma das possíveis consequências. O sentimento de que nunca somos bons o suficiente é uma armadilha, pois pode nos levar a oferecer ao outro muito mais do que deveríamos.
Um dos principais cuidados que podemos ter conosco é a compreensão clara dos nossos limites que, aliás, é uma tarefa para toda a vida. O ponto de partida é o autoconhecimento. Priorizar o que de fato nos faz bem, através de pequenos gestos ou atos, torna o “não” mais fácil de ser praticado. Vale lembrar também que dizer “não” possibilita a construção de relacionamentos mais autênticos e saudáveis.
É importante, sim, ser solidário, e isso muitas vezes requer abrir mão de algumas coisas, mas isso deve ser feito sem prejudicar a si mesmo. Dizer não é parte do equilíbrio emocional e da boa autoestima. Ame-se! Créditos: Joselene Alvim- Psicóloga
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