Eleições nos EUA: ao menos 9 estados mudam regras para dificultar voto de alguns eleitores


Como os Estados Unidos não têm um documento único nacional, cada estado decide o que vai aceitar. E esta escolha define quem vai conseguir chegar às urnas. 9 Estados americanos mudam as regras com o objetivo de dificultar o voto
Na Geórgia, que está na lista dos estados decisivos, autoridades estão criando dificuldades para a votação de terça-feira (5).
Em Atlanta, o outdoor convida o eleitor. Mas a ativista Débora Scott afirma que as dificuldades para votar aumentaram na Geórgia desde a última eleição.
“Eles têm tentado suprimir nosso voto de todas as maneiras que podem”, diz ela.
O Legislativo do estado aprovou uma lei que permite, por exemplo, que um cidadão conteste a lista de eleitores inscritos em uma zona de votação. Toni precisou confirmar o cadastro e disse que isso é uma tentativa de supressão do direito ao voto.
Milhares de títulos foram cancelados com iniciativas semelhantes no Alabama, Virgínia, Indiana e Texas, que são governados pelo Partido Republicano, de Donald Trump.
Segundo o instituto Brennan Center, em pelo menos nove estados, as regras de votação estão muito diferentes de quatro anos atrás, incluindo os sete que serão decisivos, porque podem pender para Donald Trump ou para Kamala Harris.
Uma das principais motivações para essas mudanças de regras eleitorais aconteceu na terra natal do ativista dos direitos civis Martin Luther King. Ele nasceu em uma casa em Atlanta, na Geórgia. Lutou pela igualdade entre os americanos, inclusive no direito ao voto. Os negros representam cerca de 30% da população do estado e, em 2020, ajudaram a eleger Joe Biden, com uma pequena vantagem. Fazia 30 anos que um candidato democrata não vencia na Geórgia. Depois disso, aliados de Donald Trump começaram a colocar em prática estratégias que podem impedir o acesso de alguns grupos ao voto. Uma lei aprovada por parlamentares republicanos reduziu o número de caixas para o voto antecipado em condados que têm mais eleitores negros e democratas.
Eleições nos EUA: ao menos 9 estados mudam regras para dificultar voto de alguns eleitores
Reprodução/TV Globo
Na Carolina do Norte, junto com a cédula, agora o eleitor tem que colocar uma cópia do documento de identidade com firma reconhecida ou as assinaturas de duas testemunhas. A novidade deve prejudicar eleitores de Kamala, já que os democratas são os que mais votam pelo correio.
Pelo menos 22 estados dificultaram esse tipo de voto, e 17 criaram leis de identificação novas ou mais rigorosas. Como os Estados Unidos não têm um documento único nacional, cada estado decide o que vai aceitar. E esta escolha define quem vai conseguir chegar às urnas.
O Texas permite que o cidadão use o porte de arma para votar, mas não a carteira de estudante, aceita em outros 20 estados. O documento mais aceito é a carteira de motorista, que também é considerada restritiva. Na faixa etária entre 18 e 29 anos, 30% dos negros não têm este documento, enquanto entre os brancos, apenas 5% não têm.
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Reprodução/TV Globo
Mas uma peculiaridade americana tem atraído os eleitores: o voto antecipado. Na Geórgia, ele bateu recorde. Matthew diz que fez questão de ir pela importância da eleição.
“Ela vai ter implicações para meus filhos, meus três netos e os que ainda virão”, afirma.
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