Você sabia? O tamanho do cérebro pode influenciar a gravidade do autismo!

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição de neuro-desenvolvimento que pode se manifestar de maneiras variáveis em diferentes indivíduos. Algumas pessoas com autismo enfrentam desafios significativos, incluindo dificuldades sociais, de linguagem e cognitivas; enquanto em outras, os sintomas são mais leves e podem se atenuar com o tempo. Este espectro é vasto e a severidade dos sintomas pode influenciar consideravelmente a qualidade de vida dos indivíduos afetados.

Um avanço recente na compreensão das causas do TEA surgiu de um estudo realizado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Este estudo trouxe novas luzes ao vincular diferentes níveis de autismo ao crescimento excessivo do cérebro nas primeiras semanas de gestação. A publicação, feita na revista Molecular Autism, demonstra como o desenvolvimento cerebral embrionário pode estar relacionado à expressão dos sintomas do TEA nas crianças.

O que o estudo revelou?

Para explorar a conexão entre o crescimento cerebral e o espectro autista, os pesquisadores utilizaram organoides corticais cerebrais, conhecidos como microcérebros, desenvolvidos em laboratório a partir de células-tronco. Essas células foram coletadas do sangue de 16 crianças de idade semelhante, incluindo dez crianças diagnosticadas com autismo e seis crianças neurotípicas. O objetivo era replicar as condições do desenvolvimento embrionário nas fases iniciais da gestação.

Os microcérebros se revelaram uma ferramenta poderosa para investigar as diferenças no crescimento cerebral entre crianças com e sem autismo. Resultados do estudo indicaram que os microcérebros derivados de crianças com diagnóstico de autismo apresentaram um crescimento de cerca de 40% maior que aqueles derivados de crianças neurotípicas. Este crescimento exacerbado foi ainda mais pronunciado em crianças com sintomas graves do TEA.

Você sabia? O tamanho do cérebro pode influenciar a gravidade do autismo! | Reprodução: Freepik

NDEL: uma proteína essencial no desenvolvimento cerebral

Uma descoberta crucial do estudo foi a identificação da proteína NDEL1 como um fator regulador do crescimento cerebral durante o desenvolvimento embrionário. Nos microcérebros das crianças com TEA, os níveis de NDEL1 eram significantemente mais baixos. Essa deficiência na proteína parece estar associada ao crescimento excessivo do cérebro, um fator que pode prever a severidade dos sintomas autistas posteriormente apresentados.

Conforme explicado pelo cientista Eric Courchesne, principal autor do estudo, quanto maior o crescimento do microcérebro nas fases embrionárias, mais graves tendem a ser os sintomas sociais de autismo na infância.

Avanços e implicações futuras da pesquisa

O estudo oferece uma nova perspectiva sobre o diagnóstico e o tratamento do TEA, sugerindo que intervenções precoces no desenvolvimento cerebral podem ser a chave para atenuar os sintomas severos. A descoberta de erros no funcionamento da proteína NDEL1 acrescenta uma dimensão significativa aos possíveis mecanismos de intervenção terapêutica futura.

Com essa nova compreensão, pesquisadores e médicos esperam pavimentar caminhos para diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados, que atendam às complexas necessidades de indivíduos que vivem no espectro autista. O investimento contínuo na pesquisa sobre o desenvolvimento cerebral embrionário e as proteínas envolvidas promete revolucionar a abordagem ao TEA, proporcionando esperança para milhões de indivíduos e suas famílias.

Para mais informações:

  • https://www.canalautismo.com.br/noticia/novo-estudo-sugere-que-crescimento-excessivo-do-cerebro-determina-a-gravidade-do-autismo/

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