Presidente do PT critica Venezuela pela 1ª vez, mas partido ainda não deve recuar de apoio a Maduro

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou pela primeira vez o governo da Venezuela desde a eleição presidencial daquele país, no fim de julho.
“Lamento esse posicionamento do governo venezuelano. Celso Amorim não é agente do imperialismo, é um companheiro do PT”, afirmou Gleisi Hoffmann.
🔎 Entenda: Amorim foi classificado pelo governo Nicolás Maduro, em nota oficial, como “um mensageiro do imperialismo norte-americano”.
🔎O governo da Venezuela também chamou de volta ao país o embaixador que atuava em Brasília – um ato que, no mundo da diplomacia, é sinal de forte descontentamento.
A mudança de postura de Gleisi, no entanto, não inclui a previsão de uma nota para mudar a posição do partido.
O PT reconheceu a reeleição contestada de Nicolás Maduro – na contramão da comunidade internacional e do próprio governo brasileiro.
Venezuela convoca embaixador no Brasil em novo episódio da crise diplomática
Ao mesmo tempo em que criticou a postura de Maduro, Gleisi sinalizou esperar uma recomposição nas relações entre Brasil e Venezuela.
“O PT defende a superação das diferenças existentes entre governos por meio do diálogo e do entendimento. Esperamos que isso logo possa ser atingido entre os dois governos”, disse.
Dentro do governo, essa esperança já não existe mais.
O presidente Lula insistiu em manter uma porta aberta para a Venezuela, reivindicando a divulgação das atas eleitorais da eleição na Venezuela para comprovar quem teria sido, de fato, o vitorioso da disputa.
Nicolás Maduro se declarou vencedor, mas o candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, acusou o presidente venezuelano de fraudar o resultado.
Hoje, Gonzalez está exilado na Espanha. E Maduro, decidido a tomar posse para um novo mandato em janeiro.
Do lado do Itamaraty, a decisão é de não responder aos novos ataques do ditador da Venezuela. Maduro convocou para consultas o embaixador venezuelano no Brasil, Manuel Vadell – uma atitude sempre vista como uma condenação do país onde o diplomata está sediado.
Além disso, o governo venezuelano convocou para uma conversa o encarregado de negócios do Brasil na Venezuela, Breno Hermann, para expressar diretamente a ele as críticas de Maduro. A embaixadora oficial do Brasil na Venezuela, Glivânia Oliveira, está em férias.
No Palácio do Planalto, assessores de Lula avaliam que o último ataque de Nicolás Maduro deveria levar o PT a mudar sua posição em relação à Venezuela. O que, por ora, não deve acontecer.
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