Dona de garimpo na Terra Yanomami e filho são presos pela Polícia Federal em Roraima


Irismar Cruz Machado, de 57 anos, a ‘Íris garimpeira’ foi presa na própria fazenda, localizada no município de Alto Alegre, região onde também fica parte da Terra Yanomami. Irismar Cruz Machado, a ‘Íris garimpeira’, quando foi presa pela PF em 2022
Arquivo pessoal
A Polícia Federal prendeu Irismar Cruz Machado, de 57 anos, dona de garimpo na Terra Yanomami, e o filho dela, numa operação de combate à exploração de minérios, como ouro e cassiterita, no território indígena. A ação foi deflagrada nesta quarta-feira (30).
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“Íris garimpeira”, como é conhecida, e o filho foram presos na fazenda deles, localizada no município de Alto Alegre, ao Norte de Roraima – região onde há parte da Terra Yanomami. A prisão dos dois foi decretada pela Justiça Federal. A PF ainda não divulgou detalhes da ação.
Em 2022, Íris garimpeira foi presa em flagrante pela PF com uma espingarda de calibre 22, um revólver de calibre 38, duas pistolas de 9 e 380 mm, além de diversas munições. À época, ela pagou fiança de R$ 45 mil e foi liberada.
Na ocasião, foi até a fazenda dela em busca de um foragido que se escondia na propriedade. No procedimento da prisão da época, a PF citou que as armas encontradas na casa dela tinham sido adquiridas de maneira clandestina.
Além disso, ela foi citada no relatório “Yanomami sob ataque” por suspeita de ter relação com os atiradores que abriram fogo contra a comunidade Palimiú, em maio de 2021. O documento, de autoria da associação Hutukara, citava que Iris Garimpeira era dona garimpos e que “capangas” dela “atiraram, em diferentes oportunidades, contra os indígenas da comunidade do Palimiú.”
““Dona Íris” é um desses “patrões”. Em 2021, seus capangas protagonizaram alguns dos eventos mais marcantes do ano no território Yanomami, quando homens encapuzados atiraram, em diferentes oportunidades, contra os moradores das comunidades do Palimiú, em retaliação às tentativas de bloqueio da logística garimpeira por parte de jovens Yanomami”, cita trecho do relatório usado pela PF em contexto sobre a prisão dela.
Palimiú fica às margens do Rio Uraricoera, rota usada pelos garimpeiros para acessar os acampamentos no meio da floresta. Os ataques aconteceram no dia 10 de maio de 2021.
A ação de “capangas” da suspeita, segundo o relatório da Hutukara, foi uma retaliação às tentativas de bloqueio da logística garimpeira feita por jovens Yanomami. Além disso, os indígenas também interceptaram um barco com 900 litros de combustível que seria enviado para o garimpo da garimpeira.
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