Dia seguinte à explosão que deixou mortos e feridos em hospital em Gaza é marcado por guerra de versões

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O Hospital Batista Al-Ahli fica no norte da Faixa de Gaza e também tinha se tornado abrigo de centenas de pessoas que não conseguiram sair da região. O dia seguinte à explosão que deixou mortos e feridos em um hospital em Gaza foi marcado por uma guerra de versões entre palestinos e o governo de Israel.
À luz do dia, foi possível ver a destruição no complexo do hospital. Carros queimados no estacionamento e, próximo a ele, alguns prédios com telhados atingidos. No entorno, cobertores e outros pertences deixados do lado de fora.
Um homem contou que estava no hospital quando, de repente, ouviu uma explosão:
“O vidro se espatifou sobre nós”.
A explosão foi na noite desta terça-feira (17). O Hospital batista Al-Ahli fica no norte da Faixa de Gaza e também tinha se tornado abrigo de centenas de pessoas que não conseguiram sair da região.
Nesta quarta-feira (18), o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Maliki, acusou Israel de bombardear intencionalmente o hospital sob um pretexto de autodefesa.
Também nesta quarta, o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, reafirmou que segundo as evidências colhidas pela Inteligência israelense, a explosão no hospital foi causada pela falha no lançamento de um foguete do grupo Jihad Islâmica.
Em entrevista coletiva, porta-voz militar de Israel mostrou fotos de satélite e mapas
JN
Em entrevista coletiva, ele mostrou fotos de satélite e mapas. As imagens mostram o complexo do hospital e a área do estacionamento. No detalhe, dois grupos de carros que teriam sido atingidos. O porta-voz disse que a análise das imagens confirmam que o hospital não foi atingido diretamente.
“Não há dano estrutural no prédio, as paredes ficaram intactas e não há crateras. Isso mostra que não foi munição aérea que atingiu o estacionamento”, afirmou Daniel Hagari.
Ele afirmou ainda que Israel não lançou nenhum foguete que tenha acertado o hospital, mas que os radares israelenses registraram foguetes dos terroristas no momento da explosão e apresentou o áudio que, segundo ele, é de uma conversa entre integrantes do Hamas.
Na gravação, os terroristas confirmam que a explosão foi causada por um míssil da Jihad Islâmica e que o projétil foi disparado de um cemitério que fica no mesmo complexo do hospital.
Em gravação, terroristas confirmariam que explosão foi causada por um míssil da Jihad Islâmica
JN
Fontes da Inteligência americana disseram ao jornal “The New York Times” que dados indicam que o responsável foi o grupo palestino.
O governo americano afirmou que também fez uma investigação própria e que os dados disponíveis neste momento indicam que Israel não é responsável pela explosão no hospital. Até agora, nada foi capaz de encerrar a guerra de versões que começou nesta terça, logo depois da explosão.
O Hamas foi o primeiro a divulgar a informação sobre centenas de mortos em um hospital e responsabilizou Israel.
Também nesta terça, o observador palestino nas Nações Unidas, Riyad Mansour, chamou o primeiro-ministro israelense de mentiroso e acusou Israel de fabricar histórias.
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O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também acusou Israel de ter atingido o hospital com um ataque aéreo.
Nesta quarta-feira (18), o porta-voz do Hamas, Osama Hamdan, disse que os Estados Unidos e todos os países ocidentais que apoiam Israel são totalmente responsáveis pelos horríveis massacres contra o povo em Gaza, incluindo o massacre no hospital que, segundo o Ministério da Saúde do Hamas em Gaza, matou 471 palestinos.
O grupo terrorista Jihad Islâmica voltou a negar que tenha cometido o ataque e disse que as tentativas de Israel em apontar dedos sobre a autoria são sem base e que o grupo não usa instalações públicas, especialmente hospitais, para fins militares.
Nesta terça, como o Jornal Nacional mostrou, as Forças de Defesa de Israel publicaram nas redes sociais um vídeo originalmente exibido pela TV Al-Jazeera, que mostraria o instante da explosão no hospital.
A imagem mostra um ponto de luz. Segundo Israel, um foguete da Jihad Islâmica que perde altitude repentinamente. O foguete falha, cai e explode às 18h59, hora local. Ainda segundo as forças israelenses, foi no mesmo momento em que o hospital era atingido.
Na entrevista que acompanha o vídeo, um porta-voz das Forças de Defesa de Israel afirmou também que, pela forma como explodiu, o foguete não poderia fazer parte dos arsenais de Israel e reiterou que, no momento do ataque, não havia nenhuma operação militar israelense em curso com alvos naquela região.
O vídeo continua publicado nas redes da Defesa israelense, mas o governo do país despublicou um outro vídeo que havia divulgado como o momento da explosão do hospital, também exibido no Jornal Nacional.
A despublicação aconteceu depois que um repórter do “The New York Times” alertou para a diferença do horário do ataque ao hospital e a hora registrada nas imagens. O jornalista observou que o horário da explosão teria sido pelo menos 40 minutos antes do que estava no vídeo.
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