Netanyahu precisa conter ministros radicais que insuflam violência de colonos na Cisjordânia

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Premiê corre risco de abrir outra frente de confrontos com palestinos que vivem em territórios administrados pela Autoridade Palestina. Benjamin Netanyahu diz que “próxima fase está se aproximando”
O premiê Benjamin Netanyahu precisa conter os ministros radicais que integram o seu governo, sob o risco de ser forçado a enfrentar outra linha de confronto, dentro do país, com os palestinos que vivem na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e nas cidades mistas de Israel. Ataques de colonos extremistas e episódios violentos se intensificaram nos territórios após o massacre de 1.400 israelenses por terroristas do Hamas.
“Não há outra forma de dizer: os colonos também tentam arrastar Israel para a guerra na Cisjordânia”, afirmou o jornal “Haaretz” esta semana em editorial.
A segurança interna de Israel está entregue ao ministro ultranacionalista Itamar Ben Gvir, que no passado foi condenado por pertencer a uma organização terrorista, incitar o racismo e promover o discurso de ódio. Tão logo ocorreram os ataques terroristas do Hamas, ele se reuniu com líderes de assentamentos e anunciou que distribuirá 10 mil armas de fogo e equipamento de combate para proteger as colônias.
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É também de Ben Gvir, líder do partido de extrema direita e religioso Poder Judaico, o projeto de criar milícias civis, o incentivo à expansão massiva de assentamentos e à anexação de áreas palestinas. São ações que Netanyahu incrementou desde dezembro passado, quando assumiu o governo de extrema direita em Israel.
No comando da segurança, o ministro iniciou também uma campanha de distúrbios e perturbação ao visitar o ponto mais sensível para muçulmanos e judeus em Jerusalém — a Esplanada das Mesquitas, conhecida também como Monte do Templo.
As posições do ministro da Segurança Nacional encontram respaldo em outro extremista de direita e incitador da violência: o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, líder do Partido Sionismo Religioso, que tem apenas 14 dos 120 assentos no Parlamento israelense, mas é fundamental na coligação do governo.
A sobrevivência política de Netanyahu, portanto, depende desses dois fanáticos, que insuflam seus correligionários com gritos de “morte aos árabes” e dão aos colonos o aval para promover ações violentas.
Negada tanto pelas forças israelenses quanto pela Jihad Islâmica, a explosão do hospital batista Ahli Arab, nesta terça-feira em Gaza, fomentou os protestos nas ruas de países árabes contra Israel e Estados Unidos. Nas cidades da Cisjordânia, administrada pela Autoridade Palestina, não foi diferente. A polícia de Ramallah precisou dispersar centenas de manifestantes que gritavam palavras de ordem contra Israel e o presidente Mahmoud Abbas.
Confrontos se espalharam para cidades como Nablus e Jenin, outro foco frequente de tensão. De acordo com o Ministério da Saúde Palestino, dirigido pelo governo de Abbas, 58 palestinos foram mortos na semana passada. Dez deles foram assassinados a tiros por colonos, numa clara indicação de que a violência na Cisjordânia cresceu após o massacre perpetrado pelo Hamas.
Há riscos de a raiva popular estender-se numa onda de violência a cidades mistas dentro de Israel, habitadas por árabes e israelenses, como ocorreu há dois anos. Netanyahu deveria agir rapidamente para conter essa ameaça proveniente também de seus parceiros extremistas.
Imagem de mostra 18 de outubro de 2023 mostra área do hospital Al-Ahli atingido por explosão em Gaza
REUTERS/Mohammed Al-Masri

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