Hamas x Israel: o que previa proposta do Brasil para Conselho de Segurança e por que EUA vetaram

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Comunicado redigido pela diplomacia brasileira foi rejeitado pelos EUA, membro permanente do órgão da ONU. Com veto dos EUA, proposta brasileira é rejeitada na ONU.
GloboNews/Reprodução
O texto apresentado pelo Brasil ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a guerra entre Israel e Hamas foi vetado pelos Estados Unidos nesta quarta-feira (18).
O comunicado redigido pela diplomacia brasileira seria a primeira manifestação formal do órgão da ONU diante do novo conflito no Oriente Médio.
O documento pedia a condenação dos ataques terroristas do Hamas e cobrava, sem citar Israel, o fim do bloqueio à Faixa de Gaza.
A proposta estava estruturada em 11 pontos que pedia, resumidamente:
A condenação veemente a “toda violência e hostilidade contra civis e a todos os atos de terrorismo”;
A condenação “inequívoca dos ataques terroristas hediondos perpetrados pelo Hamas que tiveram lugar em Israel a partir de 7 de outubro de 2023 e a tomada de reféns civis”;
Sem mencionar nomes, a “libertação imediata e incondicional de todos os reféns civis, exigindo a sua segurança, bem-estar e tratamento humano, em conformidade com o direito internacional”;
A todos os lados para cumprirem totalmente com suas obrigações diante das leis internacionais, inclusive àquelas de direitos humanos e humanitários, e de proteção de civis, trabalhadores humanitários e de garantia de ajuda humanitária para os necessitados.
A provisão contínua de bens e serviços essenciais a civis, “incluindo eletricidade, água, combustível, comida e suprimentos médicos”, que garantam que os civis não estejam desprovidos de itens essenciais para a sobrevivência;
A rescisão da ordem de evacuação das áreas ao norte de Gaza dada a civis e funcionários da ONU;
Pausas para acesso de agências humanitárias, bem como estimulava o restabelecimento dos corredores humanitários e outras iniciativas de ajuda humanitária para auxílio a civis.
O reforço da importância de mecanismos de notificação humanitários para proteger instalações da ONU e de demais postos humanitários, e garantir a movimentação de comboios de ajuda;
Respeito e proteção, em conformidade com o direito humanitário internacional, “de todo o pessoal médico e do pessoal humanitário exclusivamente envolvido em tarefas médicas, dos seus meios de transporte e equipamento, bem como dos hospitais e outras instalações médicas”;
Ênfase na importância de evitar repercussões na região e, neste contexto, “apela a todas as partes para que exerçam a máxima contenção e a todos aqueles que têm influência sobre elas a trabalharem para atingir este objetivo”;
A decisão de “continuar envolvido na questão”.
O documento foi rejeitado pelos EUA, que protestou contra falta de menção do direito de Israel de se defender contra os ataques do Hamas.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, argumentou que seu país ficou “desapontado” pelo fato de o texto não mencionar o direito de autodefesa de Israel.
Como os EUA são um membro permanente do Conselho de Segurança, o país tem poder de veto, então, com o voto contrário, o texto foi rejeitado pelo órgão.
Estados Unidos vetam resolução do Brasil no Conselho de Segurança da ONU sobre conflito Hamas X Israel
Além dos Estados Unidos, nenhum outro país votou contra a proposta brasileira. Doze países, entre eles a China, votaram a favor do texto. Foram eles:
Brasil;
China;
França
Albânia;
Equador;
Gabão;
Gana;
Japão;
Malta;
Moçambique
Suíça e
Emirados Árabes Unidos
Dois países – a Rússia e o Reino Unido – se abstiveram.
Biden promete apoio a Israel
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (18) um pacote “sem precedentes” para a defesa de Israel contra o Hamas. A declaração foi feita durante um discurso em Tel Aviv.
Na ocasião, Biden garantiu ainda apoio financeiro de US$ 100 milhões em ajuda humanitária a Gaza.
Em visita a Israel nesta quarta-feira, o presidente norte-americano se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e declarou apoio ao governo israelense.
O americano também se mostrou favorável à versão de Israel sobre o ataque a um hospital na Faixa de Gaza que deixou quase 500 mortos, segundo o Ministério da Saúde palestino. Segundo Biden, o ataque “parece ter sido obra do outro lado”.

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