Codorna: a riqueza catarinense que conquista o mundo

Codorna

Santa Catarina é referência nacional e internacional na produção de carne de codorna, liderando as exportações e atendendo mercados exigentes em diversas partes do mundo – Foto: Divulgação

Certamente você já comeu um ovo de codorna. Mas e a ave? Santa Catarina lidera a produção e a exportação de carne de codorna, atendendo mercados exigentes daqui e de várias partes do mundo, compondo desde a culinária mais tradicional aos pratos mais sofisticados.

A coturnicultura, conhecida como a produção de codornas de corte, vem se destacando como um setor promissor na América Latina. Para explorar esse universo, a equipe do programa Agro, Saúde e Cooperação visitou a maior empresa produtora e exportadora dessa carne na região, situada em Coronel Freitas, no Oeste de Santa Catarina.

Na planta industrial, foi possível observar de perto os principais estágios do sistema de criação. O ciclo produtivo tem início na granja de matrizes, onde cada gaiola abriga 30 fêmeas e nove machos, uma proporção ideal para garantir a fertilização dos ovos e a continuidade da produção.

As aves passam por um ciclo que vai da sexta até a 30ª semana de vida, período crucial para garantir a eficiência reprodutiva e manter o ritmo de produção da empresa. Como o ovo de codorna é mais sensível do que um ovo de galinha, o cuidado com a coleta é redobrado para garantir a continuidade da produção.

Depois da seleção, os ovos vão para uma incubadora, onde ficam por 16 dias a uma temperatura que varia entre 37,5 e 38º. Depois, eles ficam mais dois dias no nascedouro, etapa que antecede a ida das pequenas codornas para o aviário, onde irão permanecer até a hora do abate.

Antes de irem para a granja de corte, todas as aves passam por uma nova seleção para garantir que as melhores saiam do incubatório e cheguem até o campo, garantindo um melhor desenvolvimento e desempenho técnico.

Depois da seleção na incubadora, chega a hora de levar as codornas recém-nascidas para o aviário, em que ficam na engorda por um período médio de 30 dias. A opção de adotar o ciclo completo dentro de uma mesma propriedade é pensando na sanidade animal, para que haja mais segurança em toda a cadeia produtiva.

Santa Catarina e a exportação de codornas

Codorna

A criação de codornas envolve um processo rigoroso de seleção, incubação e engorda, garantindo a qualidade da carne e o crescimento da produção em todo o estado – Foto: Divulgação

A ideia de conquistar outros países com a codorna catarinense surgiu a partir de uma demanda interna. Por aqui, a codorna é uma iguaria bastante consumida – principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.

No Brasil, a criação de codornas começou com os imigrantes japoneses e italianos. Hoje, Santa Catarina é o único estado que exporta a proteína animal e metade da produção vai para o mercado internacional e a outra metade é consumida pelos brasileiros em eventos como a Codornada.

Em 1989 foi implantado o primeiro criatório de codornas do Sul do Brasil e, atualmente, nosso estado é o maior produtor da ave na América Latina. Um frigorífico em Coronel Freitas, por exemplo, ampliou a capacidade de produção de codornas da matriz em Indaial, obtendo maior capacidade para buscar novos mercados.

Segundo a trader Patrícia Hemmer, a codorna no mercado externo é consumida em 100 gramas. Ela tem a metade do tamanho do que hoje é consumida no Brasil – isso porque os brasileiros gostam de mais proteína e o mercado externo prefere a apresentação, uma codorna menor por ser melhor apresentada em um prato do que uma maior.

A ave abatida, condicionada na embalagem, é congelada e transportada em caminhões refrigerados. O produto sai do Porto de Itajaí, no Litoral Norte, em containers para ser distribuído em 10 países e o que se exige lá fora é a qualidade da carne.

“- Para você poder competir em um cenário internacional, tem que ter produtos que possam atender a concorrência que está lá. O Oriente Médio já era um mercado atendido, mas nós temos a América do Sul, a gente tem a questão da própria Europa, que é um mercado a ser conquistado, que também é um forte consumidor, então existe uma expectativa muito grande com relação a poder levar a codorna do Brasil para outros mercados no mundo” – explica o diretor administrativo financeiro Luciano Schmitt.

O alto valor nutritivo e o sabor apreciado da proteína da carne tem levado os criadores a apostar cada vez mais na expansão da produção. E as codornas que ficam no Brasil alimentam o mercado da gastronomia. Dezenas delas são o cardápio principal de eventos como a oitava edição do Festival da Codorna, na Sociedade Rio da Prata de Pirabeiraba, em Joinville. Ela também chegou a Blumenau e ainda invadiu a Oktoberfest.

Alimento rico em proteína

Codorna

O ovo de codorna, além de ser apreciado na culinária brasileira, é rico em proteínas e nutrientes, se destacando como uma escolha saudável e versátil na alimentação – Foto: Divulgação

A década de 1990 foi marcada pelo aumento no consumo de ovos de codorna no país e impulsionou duas atividades: a produção dos ovos e a venda em conserva para atender à procura os produtores investiram para expandir os aviários e aumentar a produtividade das codornas. O resultado é o crescimento do produto no mercado.

Apesar da fama de afrodisíaco, segundo a nutricionista Camila Pereira, não há estudos científicos que a confirmem. Já outros benefícios estão garantidos tanto no consumo do ovo, quanto da carne da codorna.

Camila conta que tanto a carne, quanto o ovo da codorna são ricos em proteínas: “apesar da gente saber disso, muitas vezes a gente não entende ou não sabe a importância que a proteína tem no nosso dia a dia, que esse nutriente acaba tendo e desempenhando diversas funções do nosso corpo. Então a partir do momento que uma pessoa precisa de uma aporte maior de proteínas no seu dia a dia, pode estar se beneficiando com o consumo dessa carne, desse alimento” – completa.

A nutricionista também revela que ela favorece a perda de gordura e ajuda a aumentar a saciedade, beneficiando pessoas que estão em processo de emagrecimento.

E se você está curioso e deseja saber mais sobre os benefícios e a produção de codorna em Santa Catarina, irá gostar do episódio especial sobre o assunto do programa Agro, Saúde e Cooperação. O projeto, desenvolvido pelo Grupo ND, tem parceria com a Ocesc, Aurora, SindArroz Santa Catarina, Sicoob e Fecoagro.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.