Campinas tem redução nas mortes no trânsito em agosto, mas acumulado do ano aponta 13,1% mais óbitos


Segundo o Infosiga, 15 pessoas morreram em acidentes no mês, contra 17 do mesmo período de 2023; entre janeiro e agosto, 112 mortes foram registradas em ruas, avenidas e estradas que cortam a cidade. Foto de arquivo de acidente que deixou moto destruída
Paulo Bernardino
O número de mortes no trânsito em Campinas (SP) apresentou redução em agosto. De acordo com o Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito em São Paulo (Infosiga-SP), 15 pessoas morreram em acidentes na metrópole no mês, contra 17 do mesmo período do ano anterior.
No entanto, o total de óbitos em acidentes de trânsito é 13,1% maior no acumulado do ano em Campinas: 112 pessoas morreram em colisões, choques e atropelamentos entre janeiro e agosto, contra 99 dos primeiros 8 meses de 2023.
Os dados do Infosiga consideram ocorrências tanto na malha urbana quanto em rodovias que cortam a cidade.
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Motociclistas e pedestres seguem como as maiores vítimas do trânsito. Dos 15 óbitos, sete foram de condutores ou ocupantes de motos, enquanto quatro pedestres morreram vítimas de atropelamento. Outros quatro óbitos foram de pessoas que estavam em automóveis.
A Emdec, empresa responsável pela gestão do trânsito nas vias municipais, aponta redução nas mortes em ruas e avenidas de Campinas: 49 entre janeiro e agosto, contra 50 do mesmo período de 2023.
“Os últimos boletins de óbitos no trânsito divulgados pela Emdec indicam a permanência dos motociclistas e pedestres como as principais vítimas de sinistros. Eles representam 53% (26) e 31% (15), respectivamente, das mortes no eixo urbano”, informa a Emdec, em nota.
Diante dos números, a empresa tem concentrado ações voltadas para esses públicos, como blitze educativas para motociclistas, em parceria com concessionárias e esquetes teatrais que conscientizam sobre o respeito às travessias e a necessidade de priorizar a circulação dos pedestres.
“Como fruto desses esforços e das ações permanentes, Campinas vem registrando queda nas mortes de pedestres. Entre janeiro e agosto deste ano, houve queda de 21% nos óbitos, comparando com o mesmo período de 2023 (15×19). Em 2023, Campinas computou 44 óbitos de pedestres em vias urbanas e rodovias – uma queda de 8% em relação aos 48 óbitos registrados em 2022”, destaca a Emdec.
Rodovias lideram
Das 15 mortes em agosto de 2024, nove foram registradas em estradas e seis em vias municipais.
Um levantamento do g1 apontou que as rodovias são, sim, líderes em casos de mortes em acidentes na metrópole.
De acordo com especialistas, o problema envolve, em sua grande maioria, uma mistura entre o tráfego de longo percurso e motoristas urbanos, que acabam utilizando estradas como avenidas, e a diferença de atenção entre um perfil e outro, e a combinação disso com a maior velocidade das rodovias, ajuda a explicar os números da acidentalidade.
Considerado as ocorrências mês a mês, agosto, apesar da redução no comparativo com o mesmo período do mês anterior, teve mais mortes que outros quatro meses do ano.
Já abril foi o mês com o maior número de óbitos em acidentes de trânsito na metrópole, com 20. Confira o comparativo com 2023:

Taxa de mortalidade
Com 165 mortes em acidentes de trânsito nos últimos 12 meses (setembro de 2023 a agosto de 2024), Campinas aparece com a 6ª maior taxa de mortalidade entre as cidades do estado de São Paulo com mais de 300 mil habitantes.
São 14,47 ocorrências a cada 100 mil habitantes – o município com a maior taxa é Piracicaba (SP), que tem 427 mil moradores e taxa de 17,09.
Considerando a série histórica, iniciada em 2015, a taxa de mortalidade em ocorrências no trânsito na metrópole apresenta crescimento desde 2019, após atingir o menor índice. Atualmente, está em 13,95 óbitos por 100 mil habitantes.
Campinas encerrou 2023 com 161 óbitos nas vias urbanas e rodovias, alta de 7,3% em relação ao ano anterior e maior volume desde 2016.

Plano para reduzir mortes
Campinas apresentou em fevereiro o lançamento de um plano de segurança viária que pretende reduzir o índice de mortes no trânsito na cidade em 10 anos.
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Segundo a Emdec, na última década foram 1.522 óbitos em ruas, avenidas e estradas que cortam a metrópole. A meta estabelecida pela prefeitura prevê evitar 903 mortes até 2032.
A Emdec informa que “vem mobilizando órgãos municipais, concessionárias e forças de segurança em reuniões quinzenais do Observatório Municipal de Trânsito de Campinas, que discutem as ações conjuntas para cumprimento das metas de redução de óbitos e lesões no trânsito estabelecidas no Plano de Segurança Viária (PSV)”.
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Reprodução/Emdec
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