Lula discursa na Assembleia Geral da ONU

Por tradição, cabe ao Brasil abrir o debate geral, no qual presidentes e primeiros-ministros discursam em NY. Lula também participará de encontro sobre democracia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursa nesta terça-feira (24), em Nova York, na abertura do debate de chefes de Estado e de governo da 79ª edição da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Lula será o primeiro chefe de Estado a discursar no debate geral. Por tradição, cabe ao Brasil abrir os discursos no encontro anual dos líderes dos mais 190 países da ONU.
O presidente, que chegou no sábado (21) ao Estados Unidos, deve retomar no discurso deste ano temas que aborda em eventos internacionais, como inclusão e combate à fome, mudanças nas instituições internacionais, defesa da democracia, cessar-fogo de conflitos armados, regras para plataformas digitais e preservação ambiental.
As críticas que o governo sofre pelo enfrentamento às queimadas no país aumentaram a expectativa para a fala de Lula a respeito de mudanças climáticas. Em 2024, o Brasil sofreu com cheia histórica no Rio Grande do Sul e vive a maior seca registrada desde 1950.
Lula deve abordar o tema para reforçar aos demais países, sobretudo os mais ricos, a cobrança por medidas mais urgentes que permitam preservar florestas e acelerar a transição energética.
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Prévia no domingo
Dois dias antes do discurso na Assembleia Geral, no domingo, Lula deu uma “prévia” de seus temas da viagem a Nova York na Cúpula do Futuro, também organizada pela ONU.
O presidente cobrou mais “ambição e ousadia” de seus pares e criticou o ritmo lento de adoção das metas de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da ONU.
“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos, e caminham para se tornar o nosso maior fracasso coletivo. No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo”, disse.
Lula repetiu a defesa por mudanças em organismos internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU, uma pauta que ele defende desde o primeiro mandato presidencial (2003-2006). O presidente entende que as estruturas atuais não representam a geopolítica atual.
“A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões. A Assembleia Geral perdeu sua vitalidade e o Conselho Econômico e Social foi esvaziado. A legitimidade do Conselho de Segurança encolhe a cada vez que aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades”, citou.
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Discursos anteriores
Lula fará nesta terça seu oitavo discurso em aberturas de assembleias-gerais (2003, 2004, 2006, 2007, 2008, 2009, 2023 e 2024). Em 2005, o presidente fez pronunciamento em uma reunião que antecedeu o debate da Assembleia Geral. Na ocasião, o então chanceler Celso Amorim discursou na abertura do debate.
Combate à fome e à desigualdade, governança global, reforma do Conselho de Segurança da ONU e mudanças climáticas são temas recorrentes nos discursos de Lula.
As mudanças climáticas são abordadas pelo petista pelo menos desde 2004 e foram citadas em 2023, quando o presidente voltou a cobrar o financiamento, pelos países ricos, de ações para a preservação do meio ambiente nas nações emergentes.
Em 2023, Lula criticou o neoliberalismo e o surgimento de “aventureiros de extrema-direita que negam a política e vendem soluções tão fáceis quanto equivocadas”, mas sem especificar a quem estava se referindo. Neste ano, há expectativa de menções à governos autoritários de esquerda, a exemplo da Venezuela.
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