Alvos de grupos inimigos de Israel já morreram em outras explosões de aparelhos eletrônicos; relembre


Nesta sexta-feira (20), o Conselho de Segurança da ONU fez uma reunião de emergência sobre a crise desencadeada pela explosão de milhares de pagers e walkie-talkies no Líbano. O Conselho de Segurança da ONU fez uma reunião de emergência sobre a crise desencadeada pela explosão de milhares de pagers e rádio-transmissores no Líbano.
O ministro das Relações Exteriores do Líbano acusou Israel pelas explosões e afirmou que foi um ataque sem precedentes na história das guerras e uma punição coletiva do povo libanês, porque os pagers explodiram em espaços públicos e fizeram vítimas civis.
O enviado israelense na ONU falou em seguida no Conselho de Segurança. Ele não mencionou as explosões, mas disse que Israel vai usar todos os meios necessários para defender a população se o Hezbollah não parar de atacar o país.
Ainda não está claro como os aparelhos explodiram. Mas há pistas sobre o lugar de onde eles vieram. De acordo com as marcas registradas nos equipamentos, os pagers seriam de Taiwan e os walkie-talkies do Japão. Em comunicado, a fabricante japonesa disse que parou a exportação do modelo para o Oriente Médio há dez anos. A taiwanesa Gold Apollo afirmou que licenciou a marca para uma empresa da Hungria.
Mas fontes de agências de inteligência disseram ao jornal “The New York Times” que era uma empresa de fachada criada por Israel. Ela fabricava pagers comuns para clientes comuns. Mas o principal comprador era o grupo extremista Hezbollah. Em uma linha de produção separada, os agentes inseriam os explosivos na hora da fabricação.
Os chefes do grupo extremista não sabiam que estavam comprando lotes e lotes de bombas disfarçadas. As entregas para o Hezbollah começaram em 2022.
Alvos de grupos inimigos de Israel já morreram em outras explosões de aparelhos eletrônicos; relembre
Jornal Nacional/ Reprodução
A gente já viu nos filmes: um personagem recebe uma mensagem e o aparelho explode. Na vida real, os nossos computadores e celulares estão conectados a sinais de internet e, por isso, são mais fáceis de serem rastreados e hackeados. Ao contrário dos equipamentos mais antigos, em que o sinal passa por antenas de rádio ou satélite. Foi por isso que, meses atrás, o chefe do Hezbollah falou para os extremistas abandonarem os celulares e usarem pagers ou walkie-talkies.
Não é a primeira vez que alvos de grupos inimigos de Israel são mortos em explosões de aparelhos eletrônicos. Em 1972, o representante em Paris da Organização pela Libertação da Palestina, Mahmoud Hamshari, atendeu a um telefonema em casa, e o telefone explodiu na hora. Ele morreu semanas depois no hospital. Em 1996, um explosivo instalado em um celular foi acionado à distância e matou Yahya Ayyash, um dos fabricantes de bombas do grupo terrorista Hamas. Ambos os ataques atribuídos a espiões e militares israelenses.
O que chamou a atenção de analistas nas explosões dessa semana foi o alcance. O especialista em segurança digital Scott Schoeber diz que “a capacidade de detonar milhares de aparelhos simultaneamente foi algo absolutamente inédito”.
Uma das hipóteses mais prováveis é que uma faísca gerada por uma única mensagem tenha detonado os explosivos instalados dentro dos pagers.
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