Treinador de futsal denunciado por assediar ao menos 12 jogadoras morre dentro de presídio após passar mal no Ceará

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Treinador foi preso no último dia 18 de março na Praia de Iracema. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) afirmou que o paciente estava com uma hérnia inguinescrotal. Atletas de clube de futsal de Fortaleza denunciam técnico por abuso
O treinador de futsal denunciado por assediar pelo menos por 12 atletas em Fortaleza morreu após passar mal dentro do presídio localizado na Grande Fortaleza. A morte do técnico ocorreu no último dia 18 de abril, mas só foi confirmada neste sábado (13), através da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
O treinador havia sido preso em uma operação da Polícia Civil realizada no dia 16 de março na Praia de Iracema, na capital. Conforme a Secretaria da Segurança, o técnico era suspeito de crimes de estupro e estupro de vulnerável.
As vítimas eram garotas com idade entre 13 e 17 anos. Elas afirmaram que receberam mensagens com termos obscenos e convites inadequados, além dos assédios que aconteciam durante os treinos. O clube feminino treina em uma antiga escola no Centro da capital cearense, onde ocorrem os casos de abuso, conforme a denúncia.
Dores dorsais e desmaios
A pasta afirmou que o paciente estava com uma hérnia inguinescrotal. A SAP disse que o detento reclamou de dores dorsais, tontura e sensação de dormência. O técnico foi encaminhado ao consultório médico para análise do quadro. Enquanto aguardava atendimento, o paciente passou a reclamar de dores fortes no local da hérnia e sofreu desmaio.
Ainda segundo a SAP, de imediato, a equipe médica prestou socorro e percebeu um quadro cianótico ( coloração azulada da pele decorrente de oxigenação insuficiente do sangue) com ausência de batimentos cardíacos. Foram realizados 15 ciclos de reanimação cardíaca durante 30 minutos, mas o interno não esboçou resposta.
Por fim, a SAP afirmou que uma equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou em seguida quando constatou o óbito do mesmo. A Direção da Unidade solicitou o serviço do Instituto Médico Legal (IML) e comunicou o fato a família do preso.
Elas relatam na denúncia contra o técnico de futsal:
que ele enviava mensagens se referindo às atletas por termos obscenos;
fazia convites íntimos e indevidos;
enviou uma mensagem em áudio com ameaça de morte a uma delas;
tocou as partes íntimas das garotas durante massagens.
Uma garota chegou a filmar o técnico quando ele fazia uma massagem e aproximou a mão da virilha dela; quando percebeu que era filmado, ele tira o aparelho celular dela (assista no vídeo acima).
Ao g1, o advogado de defesa do treinador, Fábio Mendes, disse que a prisão preventiva foi determinada na noite desta quinta-feira (16) e que entende que a prisão foi ilegal. Segundo a defesa, “não estão presentes os requisitos ensejadores da prisão preventiva”. O advogado disse que irá recorrer da decisão.
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Ameaças de morte
Treinador denunciado por assédio enviou áudio com ameaça a jogadora
Um áudio enviado pelo treinador a uma das atletas contém uma ameaça de morte à vítima, caso ela não se saísse bem em um jogo. Uma das vítimas também relatou que o treinador tocou várias vezes nas partes íntimas dela, sem consentimento.
“Deixa a *** com as bobagens dela que o *** dela é cabeludo. Ela não raspa nem o *** dela. Tu não. Se tu ficar com bobagem aí, eu mando te matar, viu?”, diz o áudio enviado pelo treinador.
Toque íntimos e palavras obscenas
Treinador denunciado por assédio enviou áudio com ameaça a jogadora
Reprodução
Outra vítima que denunciou o técnico de futsal afirmou que o treinador pedia para que as atletas deitassem em camas e deitava sobre elas. Como justificativa pelo ato, ele dizia fazer parte de um “trabalho de aceleramento de coração”.
“Ele mandava a gente deitar na cama e ele deitava por cima da gente. No meio do que ele se deitava por cima da gente, ele meio que fazia gestos e pinava [toque obsceno com a genitália sob a roupa] na gente como se tivesse em uma relação sexual. Em todo tempo a gente pedia para ele parar e ele não saía”, relatou uma vítima.
Ela acrescentou que, quando sofria dor no tornozelo, o treinador pediu para que ela trocasse o short e passou uma pomada na virilha dela, chegando a tocar em sua parte íntima.
“Eu achei estranho. Ele puxou meu short e disse: ‘troca teu short porque esse teu short vai incomodar no trabalho. Aí ele me deu um bem largo. Peguei o short, troquei e ele passou pomada na minha virilha. Quando eu menos pensei, ele estava querendo colocar a mão [na parte íntima]”, contou.
Em um vídeo ao qual o g1 teve acesso, o treinador faz uma massagem nas coxas da jogadora, aproximando a mão da virilha. Quando ele percebe que está sendo filmado, ele tira o celular da jogadora.
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