Conflito muda Tel Aviv, centro cultural e financeiro de Israel

Quando os moradores saem às ruas, estão sempre atentos. Se as sirenes tocarem, avisando que há foguetes em direção ao lugar onde estão, têm um minuto e meio para encontrar um abrigo seguro. Conflito muda Tel Aviv, centro cultural e financeiro de Israel
Jornal Nacional/ Reprodução
O conflito mudou a cidade que é o centro cultural e financeiro de Israel.
Até três dias atrás, Tel Aviv era assim: praia cheia, gente nas ruas de dia e de noite. Uma cidade jovem, boêmia, alegre. Nesta segunda-feira (9), no terceiro dia de conflito entre Hamas e Israel, o cenário está irreconhecível.
“É muito estranho ver essa região assim. Eu fiquei meio assustada agora. Antes, era como se explodisse de tanta gente. Mesmo nos dias de inverno, ficava cheio de turistas. É louco ver a praia desse jeito, é muito triste”, lamenta uma estudante.
O calçadão, nesta segunda-feira, só tinha alguns poucos visitantes. A praia é um dos lugares preferidos dos israelenses que moram em Tel Aviv. Geralmente, ela estaria cheia de gente no meio da tarde. Nesta segunda-feira (9), ela está vazia. Um bar onde vão muitos jovens, à noite, para aproveitar. Lá, sempre tem música, sempre está muito agitado. Agora, não tem ninguém. Turistas alemães contaram que pretendem deixar Israel nesta terça-feira (10) e foram se despedir.
“Nós esperamos conseguir voar de volta amanhã de manhã, e a gente queria colocar os pés na água no mar. É por isso que a gente está aqui”, conta o turista.
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Não foi só a praia que mudou. A Praça Habima ficou conhecida porque foi lá que começaram as manifestações contra a reforma do Judiciário do atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e as imagens que ficaram famosas por todo o mundo mostravam os israelenses ocupando toda a praça.
Nas ruas do Centro, só saía de casa quem precisava – e, ainda assim, com medo. Na área mais nobre de Tel Aviv, a Avenida Rothschild, os pontos de ônibus ficaram vazios. A cantora Alona Cohen explica que só saiu de casa para levar o cachorro para passear e ir até a casa da mãe dela.
“Ela mora sozinha, e eu queria ter certeza de que está bem. Se não fosse por isso, eu não teria saído”, afirma.
Quando os moradores saem às ruas, estão sempre atentos. Se as sirenes tocarem, avisando que há foguetes em direção ao lugar onde estão, têm um minuto e meio para encontrar um abrigo seguro.
À noite, a alegria dos rostos e das ruas de Tel Aviv sumiram. Nahalat Binyamin fica no centro de Tel Aviv e é uma rua cheia de bares, que, em dias normais e, principalmente, em dias de semana, as pessoas sentam nas mesas, nas ruas. Essa rua, inclusive, é uma rua fechada, não passa carro.
As ruas foram tomadas pelo vazio e pelo silêncio. Os moradores seguem no compasso da espera pelas próximas horas, dias, semanas, se perguntando: “Quando a cidade vai voltar a ser como era?”.
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