Poema inédito de Caio Fernando Abreu é encontrado no RS; leia

Escrito em 1989, poema homenageia sítio em Gramado onde Caio foi convidado para se hospedar. Família sabia da existência do texto, mas original só foi encontrado neste ano. Encontrado em sítio, poema foi entregue à família de Caio
Arquivo pessoal
A família do escritor Caio Fernando Abreu encontrou um poema inédito do escritor entre pertences de uma familiar, em uma casa de Gramado, na Serra do RS. Nascido em Santiago e célebre como um dos mais importantes autores do Brasil, Caio faleceu em 1996.
Como conta Márcia de Abreu Jacintho, irmã de Caio, o poema, sem título e escrito e um papel decorado, é uma homenagem ao sítio em Gramado onde o escritor se hospedou em 1989. Na época, ele morava em São Paulo. Veio ao RS e compareceu ao Festival de Cinema da cidade da Serra. Convidado pelo sogro de Márcia, Luiz Jacintho, o escritor agradeceu a estadia escrevendo os versos:
“No meio do silêncio e do verde
A presença de Deus fica mais clara.
Essa luz ilumina os porões da mente, desfaz o mofo, espanta os fantasmas.
Com cuidado, chamo a isso de ‘felicidade’
Ela pousa, muito leve, no telhado dessa casa.”
“Caio gostava muito [do sítio]. Ele gostava de natureza, lá era bem bonito”, diz Márcia.
Propriedade onde Caio se hospedou em Gramado inspirou texto encontrado nesta semana
Arquivo pessoal
A família sabia da existência dos versos, mas não havia encontrado o original, até que, no início de setembro, o papel foi encontrado entre os pertences da filha do dono da propriedade.
“Ela achou e nos entregou. Quase no dia do aniversário dele, 12 de setembro. Acho que vou emoldurar. Fiquei muito emocionada depois de tanto tempo. A gente lembrava que era muito bonito”, afirma Márcia.
O poema foi também encaminhado para a agência que representa o escritor. Segundo Márcia, a família não tem conhecimento de que possam existir mais textos inéditos de Caio.
Caio Fernando Abreu morreu em 25 de fevereiro de 1996, em Porto Alegre, em decorrência da AIDS. Dentre suas principais obras, estão a coletâneas de contos “Morangos mofados”, de 1982, e o romance “Onde andará Dulce Veiga?”, de 1994.
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