O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, se reuniu na 6ª feira (12.mai.2023) com representantes das centrais sindicais que integram o Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador). No encontro, Mercadante anunciou a criação do Fórum Permanente BNDES-Trabalho, para abrir um canal de diálogo sobre as pautas da categoria.
“Devemos transformar essa reunião em um fórum permanente. Reuniões bimestrais para alinhar o diagnóstico e para que o BNDES esteja mais aberto, tanto às pautas específicas quanto à discussão da pauta mais geral, do BNDES e do país”, disse Mercadante.
O Fórum deve ser coordenado pela diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello. A ideia é que o 1º encontro possa reunir organizações ligadas ao trabalho e à produção, como a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), o Ministério do Trabalho, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e outros bancos de desenvolvimento.
Tereza disse que o BNDES já iniciou um debate com a OIT para buscar formas de viabilizar ações preventivas que garantam condições dignas de trabalho em empregos associados ao crédito do banco de fomento.
Ficou ainda acertado, durante o encontro, que dentre os seminários que estão sendo promovidos pela Comissão de Estudos Estratégicos do BNDES, um deles abordará o mundo do trabalho, com participação de representantes das centrais que representam os trabalhadores.
O FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) é a principal fonte de recursos do BNDES. Atualmente, mais de 50% do funding [captação de recursos financeiros para aplicação em um investimento] é composto de repasses do Fundo. Seu conselho deliberativo –formado por representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do governo– é responsável, entre outras coisas, por elaborar diretrizes para alocação de recursos e acompanhar seu impacto social.
O sociólogo Clemente Ganz Lúcio, assessor técnico das centrais sindicais, apresentou a “agenda da classe trabalhadora”. O documento, segundo ele, reúne a pauta da classe, “com 63 propostas cujo eixo é a retomada de um crescimento socioambiental sustentável”.
“Precisamos encontrar um caminho para retomar o desenvolvimento, o crescimento econômico e a geração de empregos de qualidade, e o BNDES é o principal instrumento que temos para isso”, avaliou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Para Santos Neto, da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), o efeito da sequência de demissões das big techs no exterior está se fazendo sentir no Brasil agora. “A pandemia desestruturou as relações de trabalho”, falou.
Com informações da Agência Brasil.