Bairro de Ponta Grossa já teve leão em praça e bailes só para estrangeiros; conheça a história do Nova Rússia

Praça dos Bichos e fábrica de foices estão entre os destaques dessa região da cidade. No ano do bicentenário do município, série de reportagens da RPC conta história dos maiores bairros. Conheça a história do bairro Nova Rússia, em Ponta Grossa
Logo na entrada de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, o bairro Nova Rússia recebe quem chega das regiões norte e leste do estado e já teve um zoológico em praça pública, com direito à rugido de leão sendo escutado do hospital e escola vizinhos. Saiba mais abaixo.
Entre as curiosidades do bairro estão registros de bailes só para estrangeiros e convidados de imigrantes.
A localização geográfica fez com que o local começasse a ser povoado pelos tropeiros nas margens das estradas. Os registram apontam que esse movimento começou no século 18.
Por ser uma região de passagem, até hoje é uma referência em serviços relacionados a transportes.
A origem do bairro é uma das histórias contadas na série de reportagens especiais produzida pela RPC Ponta Grossa no ano do bicentenário da quarta maior cidade do Paraná. Veja o vídeo acima.
Leia outra reportagem da série: De ‘Pelados’ a ‘Oficinas’: conheça a história do bairro que surgiu antes de Ponta Grossa virar cidade
Bairro Nova Rússia
Reprodução/RPC
A ‘Nova Rússia’ para os imigrantes
Como o próprio nome sugere, a região teve forte influência de estrangeiros. Tanto é que houve épocas em que os russos e alemães faziam bailes exclusivos.
“Aí que começou a ser chamado de Nova Rússia”, explica a historiadora Isolde Maria Waldamann.
Mais tarde, o bairro também atraiu poloneses, alemães, italianos e ucranianos.
Apesar de se manter como “Nova Rússia”, atualmente, a maior parte das tradições e culturas mantidas no bairro é de descendentes do país que atualmente está em guerra contra os russos: a Ucrânia.
A igreja ucraniana do bairro faz celebrações católicas no rito ucraniano até hoje.
Um dos casarões usados para os bailes antigamente foi transformado em uma fábrica de banha de porco por muitos anos.
A cultura se manteve e a carne suína é presença garantida no cardápio das festas até hoje – assim como o pierogi e o charuto de repolho, por exemplo, que vêm da tradição ucraniana.
Igreja Ucraniana do bairro Nova Rússia
Reprodução/RPC
Praça dos Bichos
Conheça a história da praça do Nova Rússia, em Ponta Grossa, que já abrigou zoológico
Um dos primeiros pontos turístico de Ponta Grossa, a Praça Getúlio Vargas é pouco conhecida pelo seu nome oficial. Inicialmente ela foi chamada de Jardim Zoológico e Botânico de Ponta Grossa, mas o nome também não “pegou”. Veja a reportagem sobre a história do local acima.
Até hoje, o espaço é chamado pelo apelido dado no século passado, quando o local abrigava animais selvagens próximo ao centro da cidade: Praça dos Bichos.
Inaugurado em 1958, o zoológico tinha macacos, cobras, aves, onça e até mesmo um leão, que era a atração principal.
Leão da “Praça dos Bichos” de Ponta Grossa
Reproudção/RPC
A localização era curiosa: ao lado de um hospital e de uma escola.
Luiz Carlos Pinto, médico que atuou por mais de vinte anos no Hospital Bom Jesus, lembra que os pacientes falavam que não conseguiam dormir por causa do rugido do leão.
O mesmo acontecia com a escola.
“Estudei no colégio Amálio Pinheiro e acompanhei toda a transformação da praça. Dava pra escutar da sala de aula o rugido do leão”, relata Suzana Kovalski.
O zoológico era mantido pela prefeitura, mas como a alimentação dos animais era cara, também sobrevivia graças a doações da população.
Em 1985 o espaço foi desativado, os animais foram levados a Curitiba e a praça foi remodelada, mas o nome, para os ponta-grossenses, seguiu o mesmo: Praça dos Bichos.
Fábrica de foices
Bairro Nova Rússia, em Ponta Grossa, abriga fábrica centenária de foices
O bairro Nova Rússia também é conhecido por ser o berço de diversas indústrias em Ponta Grossa. Uma delas, que fabrica foices, resiste até hoje e está há 92 anos no mesmo endereço. Veja reportagem acima.
Criada em 1906 em Brusque, Santa Catarina, a empresa foi transferida para Ponta Grossa em 1931, devido à localização geográfica da cidade e do bairro.
Conforme o “Nova Rússia” foi se desenvolvendo, a fábrica também foi ganhando notoriedade, e chegou a ser uma das maiores produtoras do Paraná.
Entre os anos 1940 a 1960, oito mil peças eram produzidas por mês. Atualmente, são cerca de mil.
Toda a produção é artesanal; os seis tipos de foices passam pelos mesmos 16 processos, desde o derretimento do aço até a embalagem.
Avenida Ernesto Vilela, uma das principais vias do bairro Nova Rússia
Reprodução/RPC
ESPECIAL: a história dos bairros de Ponta Grossa
A RPC produziu uma série de reportagens especiais contando as histórias dos principais bairros de Ponta Grossa para comemorar o aniversário de 200 anos da cidade.
Um mapa interativo foi disponibilizado no aplicativo Você na RPC para facilitar a localização dos vídeos. Basta clicar no bairro desejado e escolher a reportagem.
Acesse neste link
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