Em entrevista, Lula diz que Putin não será preso se vier ao Brasil

Em entrevista a um canal indiano, presidente disse que russo poderá vir ‘facilmente’ ao Brasil. País é signatário de acordo que criou tribunal que emitiu mandados de prisão contra Putin. Lula em agenda em 28 de agosto de 2023
REUTERS/Adriano Machado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o líder russo Vladimir Putin são será preso se vier ao Brasil. A afirmação foi feita durante entrevista ao canal indiano “Firstpost”, neste sábado (9).
Compartilhe no WhatsApp
Compartilhe no Telegram
Lula está na Índia para a cúpula do G20. O Brasil assumirá a liderança do grupo a partir de dezembro. Apesar de a Rússia fazer parte do G20, o presidente russo não participou do encontro.
Ao ser questionado se Putin seria chamado para participar da reunião do G20 no Brasil, Lula confirmou que o presidente russo receberá o convite.
“Eu acredito que Putin pode ir facilmente para o Brasil. Se eu sou o presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há por que ele ser preso. Ele não será preso”, afirmou.
Em março, o Tribunal Penal Internacional (TIP) emitiu mandados de prisão contra Putin por crimes de guerra. Por ser signatário do acordo que criou o tribunal, o Brasil poderia cumprir os mandados de prisão caso o presidente russo viesse ao país.
“Se você vai prender alguém no Brasil sem autorização do governo, você não estará respeitando o Brasil. As pessoas têm que levar a sério o Brasil e sua independência”, continuou.
Lula lembrou que a próxima reunião do G20 acontecerá na Rússia. O petista disse que irá ao país para participar do encontro.
Ainda durante a entrevista, o presidente brasileiro afirmou que a Rússia invadiu a Ucrânia sem consultar ninguém e que o Brasil “é 100% contra a invasão da integridade territorial de qualquer país”.
Lula disse ainda que a guerra não é a solução e que o Brasil deseja participar dos esforços para a paz.
Entenda a ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional contra Putin
Comunicado citou guerra
Durante a cúpula do G20, os líderes que integram o bloco aproveitaram para criticar invasões territoriais e lamentaram o impacto da guerra na Ucrânia.
No comunicado final da cúpula, o grupo deixou claro que “o uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível”, fazendo referência a atuação da Rússia no conflito.
“Em linha com a Carta das Nações Unidas, todos os Estados devem abster-se da ameaça do uso da força ou de buscar a aquisição territorial contra a integridade territorial e a soberania ou a independência política de qualquer Estado. O uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível”, diz o comunicado.
A afirmação foi vista como surpresa, uma vez que havia dúvidas sobre uma manifestação em conjunta do grupo sobre a guerra, já que existem divergências dentro do G20 sobre o conflito na Ucrânia.
VÍDEOS: mais assistidos do g1
Adicionar aos favoritos o Link permanente.