Marroquinos que vivem em SP narram desespero das famílias que estão nas áreas atingidas por terremoto no Marrocos

Elmehdi Boustani, representante da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, contou que a mãe não conseguiu sair de casa em Beni Mellal há cerca de 250 quilômetros do epicentro do terremoto, por medo da situação caótica em toda a região. Pela ordem, da esquerda para a direita: os marroquinos Elmehdi Bousstani e Jawad Aroussi, além da brasileira Ana Paula Campeão, de Bauru, no Interior de SP.
Reprodução/TV Globo
Membros da comunidade marroquina que vivem em São Paulo contaram o drama que estão vivendo após o terremoto de magnitude 6,8 (considerada forte e capaz de produzir grandes estragos) que atingiu o Marrocos na noite desta sexta-feira (8), por volta das 19h30 (no horário de Brasília).
Até a última atualização desta reportagem, eram 1.037 mortos e mais de 1.200 feridos (721 em estado crítico), de acordo com o balanço divulgado pelo Ministério do Interior marroquino.
O Elmehdi Bousstani é marroquino e está no Brasil há três anos e vive na capital paulista. A família dele mora em Beni Mellal há cerca de 250 quilômetros do epicentro do terremoto. Os pais estão assustados com o caos gerado na cidade.
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“Eu tava na Avenida Paulista passeando normal e às oito horas da noite ligou pra mim minha mãe falando que teve terremoto lá. Ela falou assustada, com muito medo. Falou que de medo, nem conseguiu sair de casa. Meu pai tava fora de casa naquela hora, ele voltou correndo falando pra ela vai, saí. Ela não conseguiu de medo, não conseguiu sair de casa”, disse Elmehdi Boustani.
Elmehdi Boustani, representante da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil. Ele vivem na capital paulista.
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Ele é representante da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil e diz estar preocupado com a situação no país de origem e tenta manter contato com a família o tempo todo.
“Fico mandando mensagem toda vez. Se eles atrasam um pouco, eu falo que aconteceu alguma coisa. Minha irmã fica mandando que tá tranquilo lá, porque eles sentiram só duas vezes lá. Ela fica respondendo se eles tão bem, se ainda estão sentindo o terremoto ou não”, declarou ele ao SP1, da TV Globo.
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A família do cozinheiro Jawad Aroussi mora na pequena cidade de Salé, vizinha da capital Rabat. Lá os reflexos do terremoto foram pequenos, mas também assustaram a todos.
“Eu já mandei mensagem pra minha mãe..Ela falou o que aconteceu, mas todo mundo saiu lá fora, todo mundo ficou fugindo que vai acontecer alguma coisa, que vai cair a casa, coisa assim. Mas, graças a Deus tava bem fraco, não tava muito forte”, contou Aroussi.
O cozinheiro Jawad Aroussi, que mora em São Paulo e tem família na cidade de Salé, no Marrocos.
Reprodução/TV Globo
Grupo de Bauru em Marrakech
A agente de viagens Ana Paulo Campeão é de Bauru, interior do estado, e estava em Marrakech no momento do terremoto com um grupo de turistas. Ela narrou os momentos que viveu logo depois do tremor.
“Nós saímos da Medina e estávamos voltando ao nosso hotel quando, assim, não dá pra descrever o que aconteceu… A gente passou, e uma ponte, tudo caiu do nosso lado. Foi um susto muito grande, mas graças a Deus o nosso pessoal tá tudo bem”, declarou.
A agente de viagens Ana Paulo Campeão, de Bauru, interior do estado de SP, estava em Marrakech no momento do terremoto
Reprodução/TV Globo
Quem está no Brasil manda boas energias e torce para que outros tremores não aconteçam.
“Infelizmente a gente não pode ajudara. É uma coisa de Deus. A gente só pede pra Deus que passa isso mais rápido e que não aconteça muitas vítimas lá”, disse Elmehdi Bousstani.
Epicentro do terremoto
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o tremor no Marrocos atingiu magnitude 6,8. O epicentro foi no alto das montanhas do atlas, 70 km ao sul de Marrakech, onde se concentra o maior número de mortos.
As províncias mais atingidas foram Al Haouz, Ouarzazate, Marrakech, Azilal, Chichaoua e Taroudant.
Epicentro do Terremoto que atingiu o Marrocos na noite desta sexta-feira (8).
Reprodução/TV Globo
O tremor, de cerca de 15 segundos, causou danos desde aldeias nas montanhas do atlas até a cidade histórica de Marrakech e chegou a ser sentido em Portugal, Espanha e Argélia.
A terra voltou a tremer, com menos força, 5 minutos depois, de acordo com as agências internacionais de notícias.

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