Advogado foragido suspeito de facilitar licitações fraudulentas no Sertão da Paraíba se entrega à PF

João Lopes de Sousa Neto atuava como presidente da Comissão de Licitação de São Mamede, no Sertão, e seria responsável por direcionar as licitações em favor do prefeito do município, Umberto Jeferson. Operação Festa no Terreiro 2 apura suspeita de fraudes em licitação pelo prefeito de São Mamede, na PB
Divulgação/Polícia Federal
O advogado João Lopes de Sousa Neto, presidente da Comissão de Licitação da cidade de São Mamede, no Sertão da Paraíba, se entregou à Polícia Federal nesta quinta-feira (17), em Patos. apEle é um dos alvos da Operação ‘Festa no Terreiro 2’ e estava foragido.
Segundo as investigações da Polícia Federal, João Lopes era o responsável por direcionar as licitações realizadas pelo município de São Mamede em favor do prefeito Umberto Jeferson, que foi preso na mesma operação na última terça-feira (15).
Além disso, ele também teria atuado em uma organização criminosa facilitando a atuação ilícita dos empresários Josivan Gomes Marques e Maxwell Brian Soares de Lacerda nas fraudes nos processos licitatórios.
Entre os casos de fraude investigados, está a ação de João Lopes em conjunto com o prefeito Umberto Jeferson em um aditivo de um processo licitatório em que o valor inicial estava fixado em R$ 8,35 milhões e, subiu, posteriormente, para R$ 10,10 milhões, nove meses após a assinatura do contrato. A PF julga este movimento como ‘típico de atividades sistemáticas de desvio de verbas públicas’.
Ainda nas investigações, a polícia apurou que a construção de uma mansão, em um condomínio de luxo em Patos, também no sertão, e de propriedade do prefeito, teria sido construída com verbas desviadas do município.
Operação
A operação, batizada de “Festa no Terreiro 2”, é a continuação da investigação que culminou com a primeira fase da operação, em 2 de março deste ano, e que apura prejuízos de cerca de R$ 8 milhões aos cofres públicos. Por sua vez, a própria operação Festa no Terreiro já é um desdobramento da operação Bleeder, cuja primeira fase aconteceu em 2021, e a fase mais recente foi no dia 9 de março. O nome da operação é uma referência ao termo usado pelos investigados ao combinar o resultado de licitações.
Na terça-feira (15), em desdobramentos da operação, foram presas três pessoas envolvidas nos esquemas de desvio de dinheiro em São Mamede, além do cumprimento de mandato de busca e apreensão na casa de um outro investigado. João Lopes não foi encontrado no dia e era considerado foragido. Veja a lista:
Umberto Jefferson, prefeito de São Mamede; preso
Maxwell Brian, dono de empresa do consórcio, operador e beneficiário do desvio de recursos; preso
Josivan Marques, articulador do esquema e responsável pela obra; preso
Eumar Carvalho Maia, dono da empresa que venceu a licitação: cumprido mandado de busca e apreensão em endereço ligado a ele.
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