Após dois massacres, milhares de manifestantes pedem por mais segurança na Sérvia

Na semana passada, dois tiroteios em massa deixaram 17 mortos no país europeu. Segundo autoridades, mais de 10 mil armas e munições foram entregues ao governo desde então. Manifestantes bloqueiam uma ponte rodoviária durante uma manifestação para pedir a renúncia de altos funcionários e a redução da violência na mídia, poucos dias depois que tiroteios consecutivos chocaram a Sérvia, em Belgrado, em 12 de maio de 2023.
Andrej ISAKOVIC / AFP
Na Sérvia, dezenas de milhares de pessoas protestaram nesta sexta-feira (12) exigindo melhor segurança, proibição de conteúdo violento na TV e a renúncia de ministros. A manifestação foi a segunda do tipo em menos de uma semana e aconteceu poucos dias após dois tiroteios em massa deixarem 17 vítimas no país.
Multidões bloquearam uma avenida importante e um entroncamento rodoviário na capital Belgrado e uma ponte sobre o rio Sava, marchando atrás de uma faixa preta onde se lia “Sérvia contra a violência”.
“Para mim (a mensagem do protesto) é principalmente: chega de violência”, disse Bojana, uma das manifestantes. “Estou aqui por minha filha e todos os nossos filhos.”
Os incidentes que geraram os protestos aconteceram na semana passada:
4 de maio: no primeiro tiroteio em massa em uma escola da Sérvia, um menino de 13 anos matou oito alunos e um segurança, ferindo outros seis alunos e um professor. O atirador se entregou à polícia.
5 de maio: no dia seguinte, um homem de 21 anos abriu fogo em uma cidade perto de Belgrado, matando oito pessoas e ferindo outras 14. O atirador também se entregou às autoridades.
Cenário político
Partidos de oposição e defensores dos direitos humanos acusam o presidente Aleksandar Vucic e seu populista Partido Progressista Sérvio (SNS) de autocracia, opressão da mídia, violência contra oponentes políticos, corrupção e laços com o crime organizado.
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No início do dia, Vucic, que nega as acusações, disse que a oposição “brinca com as emoções das pessoas” e convocou seus partidários de toda a Sérvia para um grande comício em 26 de maio.
“Estamos ligando para as pessoas para dizer o que faremos no futuro. Não vamos parar o trânsito ou perturbar as pessoas de forma alguma”, afirmou o líder sérvio.
Os manifestantes pedem a renúncia do ministro do Interior, Bratislav Gasic, e do diretor da agência de segurança do estado, Aleksandar Vulin, bem como a demissão do Comitê Regulador de Mídia Eletrônica (REM) do governo.
Devolução de armas
Em resposta aos tiroteios, a polícia da Sérvia lançou uma anistia de um mês para quem entregar armas ilegais. Vucic disse que cerca de 10.000 armas, incluindo lançadores antitanque descartáveis portáteis, munições explosivas e dezenas de milhares de cartuchos de munição já foram entregues.
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A Sérvia tem uma cultura de armas profundamente arraigada e, junto com o resto dos Bálcãs Ocidentais, está inundada de armas de nível militar que permaneceram em mãos privadas após as guerras da década de 1990 que destruíram a Iugoslávia. No entanto, tiroteios em massa são raros.

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