Saiba quais são os bairros de Campinas que concentram 70% das árvores da cidade

Distritos do Ouro Verde e Campo Grande, por exemplo, representam 30% da arborização da metrópole, segundo a prefeitura. Morador acredita em educação ambiental como solução. Pesquisa aponta desigualdade na quantidade de árvores na região urbana de Campinas
Um levantamento realizado pela Secretaria de Serviços Públicos de Campinas (SP) a pedido da EPTV, afiliada da TV Globo, revela que 70% das árvores da metrópole estão concentradas em bairros da região central.
Ao todo, a cidade possui 35 mil espécies diferentes de árvores, com uma estimativa de aproximadamente 800 mil exemplares;
Bairros como Ponte Preta, Guanabara, Taquaral, Nova Campinas e Jardim Chapadão concentram a maioria das árvores da metrópole;
Distritos do Ouro Verde e Campo Grande, por exemplo, representam 30% da arborização de Campinas, segundo a prefeitura.
O secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, destaca que Campinas é a segunda cidade mais arborizada do Brasil, ficando atrás apenas de Goiânia (GO), e conta com aproximadamente uma muda de árvore por habitante.
No entanto, a lei estabelece como meta que haja uma árvore plantada na cidade a cada 10 metros, o que ainda não acontece em todos os bairros da metrópole. “Essa é uma meta a ser perseguida, isso já existe em muitos bairros e em outros ainda não”, destaca Paulella.
“Não podemos pensar em regressividade, sempre pensar em ter mais [árvores] dada a importância que a árvore tem para o microclima urbano e a pequena fauna, que hoje vem para a cidade porque ela não tem mais condições de sobreviver no meio rural”, afirma o secretário.
Imagem aérea de Campinas (SP)
Jefferson Souza/EPTV
Crescimento
Quanto à menor concentração de árvores em bairros periféricos, Paulella explica que a arborização está diretamente ligada ao crescimento desordenado pelo qual o município passou a partir da década de 70.
“Nós estamos tocando um projeto na região do Campo Grande e estamos plantando 5 mil mudas de árvores em 13 bairros. Existe toda uma preocupação, o técnico abre na porta, entrega o folheto, mostra a importância de ter a árvore e 80% das pessoas aderem”, diz.
Para o secretário, o maior desafio para aumentar a quantidade de mudas pela cidade é a conscientização. “O cidadão precisa aderir a essa ideia. Isso só vai ter sucesso absoluto se o cidadão adotar a árvore. Sem isso fica difícil”, pontua.
Lagoa do Taquaral, em Campinas (SP)
Jefferson Souza/EPTV
Educação ambiental
O almoxarife Marshall de Oliveira mora no Jardim São Pedro de Viracopos, na região do Ouro Verde, desde 1999. Segundo o morador, o crescimento desordenado fez com que o local perdesse uma grande quantidade de árvores, o que leva a uma piora na qualidade de vida.
“Quando eu mudei para cá era bem mais arborizado, tinha muito mais árvores. Como você pode ver, agora a gente tem muito pouca árvore. Tudo que foi tirado não foi reposto, e eu acredito que ficou uma coisa agravante nos dias de hoje”, afirma.
Para tentar amenizar o problema, Oliveira conta que recorreu ao plantio de árvores dentro de casa. “Ajuda não só para os passarinhos, como para amenizar esse calor que está muito forte para nós”.
“Eu acredito que uma solução ideal seria uma educação. As pessoas precisam entender a importância que a árvore tem no nosso dia a dia. A consequência você sente na respiração, as alterações climáticas que estão muito fortes. Falta as pessoas entenderem e estudarem esse assunto”, diz.
Marshall de Oliveira cuida de árvores no jardim
Jefferson Souza/EPTV
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