Secretários de saúde debatem responsabilidade após paciente morrer em UPA esperando por vaga no HGP

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Município afirma que pacientes deveriam ser regulados em até 24 horas para o hospital de referência. O Estado diz que está lotado de pacientes que deveriam ser atendidos na UPA e município deveria ter leitos de estabilização. Secretários de Saúde do estado e município falam como é feita a regulação de pacientes
A morte de uma paciente na Unidade de Pronto Atendimento da região sul de Palmas reacendeu os questionamentos ao sistema de regulação implantado no Hospital Geral de Palmas, alvo de polêmicas durante 2022. Nesta sexta-feira (12), durante entrevista no Jornal Anhanguera 1ª Edição, os secretários de saúde do município e do Estado debateram a responsabilidade de cada um no atendimento dos pacientes. Veja a entrevista completa no vídeo.
Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, morreu na manhã de segunda-feira (8) após passar a madrugada internada na UPA com fortes dores abdominais, enquanto esperava transferência para o HGP. Nesta quinta-feira (11) a fila de espera por leitos no HGP chegou a 70 pacientes.
Durante a entrevista, o secretário de saúde de Palmas, Thiago Marconi, contou que o município tentou fazer a regulação da paciente por três vezes, antes da morte.
Segundo ele, o tratamento ofertado na UPA é ambulatorial e como a situação da paciente exigia um tratamento mais completo deveria ser feito pelo hospital de referência. “Pela resolução do Ministério da Saúde esses pacientes teriam que ser regulados para o hospital em 24 horas”.
Em resposta, o secretário de Estado da Saúde, Afonso Piva, afirmou que a UPA de Palmas deveria que ter estrutura para estabilizar os pacientes até a liberação de vagas no HGP. “É uma UPA de porte 8. Então ela teria que ter uma sala de estabilização e deveria atender esse paciente até liberar a vaga no HGP. É o porte da UPA. Eles recebem recursos para isso.”
Secretário Afonso Piva e Thiago Marconi
Reprodução/TV Anhanguera
Piva também afirmou que o sistema de regulação tem permitido observar tipos de pacientes que não deveriam ir para o HGP, como o caso de pacientes ortopédicos que não precisam de cirurgia. Segundo ele, 50% dos pacientes que chegam da UPA vão embora em 24 horas e isso mostra que deveriam ser tratados pelo município.
“Quando vem um paciente sem necessidade para o HGP. Eu tiro a oportunidade de pacientes igual essa senhora, que talvez por essa falta de leitos deveria estar no HGP. O HGP não atende só pacientes de média e alta complexidade, o HGP está mostrando isso”, afirmou Piva.
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Oferta de leitos
Os dois secretários afirmaram que estão trabalhando para aumentar o número de leitos em suas redes hospitalares. No caso do município, Thiago Marconi afirmou que o município abriu credenciamento para hospitais e clínica atenderem pacientes ortopédicos de menor complexidade. A previsão é de que isso deva acontecer em até dez dias.
“Casos menores a gente vai conseguir resolver diretamente. A gente vai fazer essa regulação do município para os hospitais credenciados”, afirmou.
Entenda
Aurilene e Isaías na Upa Sul
Divulgação
Sofrendo com dores no estômago, Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, buscou atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento da região sul de Palmas (UPA Sul) na madrugada de domingo (7). Ela voltou para casa e retornou à unidade com as mesmas queixas.
Depois do quadro de saúde se complicar e de três tentativas de transferência para o Hospital Geral de Palmas (HGP), ela não resistiu e morreu. O marido foi informado que a suspeita da causa da morte era dengue hemorrágica. A família agora busca por justiça.
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