Boa Safra tem prejuízo líquido de R$ 13,58 milhões no 1º trimestre

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A Boa Safra Sementes reportou prejuízo líquido de R$ 13,58 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 7 milhões em igual período de 2022. O prejuízo bruto passou de R$ 10,28 milhões para R$ 25,18 milhões na mesma base de comparação.

A receita operacional líquida atingiu R$ 115,81 milhões no primeiro trimestre, aumento de 55,4% ante os três primeiros meses do ano passado. O Ebitda ficou negativo em R$ 32,09 milhões entre janeiro e março, contra um Ebitda negativo de R$ 16,3 milhões observado um ano antes.

A empresa informou ter registrado crescimento de 21,2% no número de pedidos em comparação ao ano passado. “Foram R$ 900,5 milhões em contratos de venda que se referem a solicitações feitas agora, para serem entregues e faturadas no segundo semestre. Do total, 96% dos pedidos foram de sementes de soja com biotecnologia embarcada, um aumento de 5 p.p. em relação a 2022”, disse a empresa, no release de divulgação de resultados trimestrais.

Em nota, o diretor financeiro, Felipe Marques, disse que a empresa começou o ano com capacidade de investimento superior a R$ 600 milhões “para atender às oportunidades de crescimento da Boa Safra”.

Ainda conforme a empresa, no primeiro semestre, são realizadas a produção e o armazenamento das sementes, o que implica concentração de custos. No segundo semestre, quando os agricultores começam o plantio, a companhia gera quase todo faturamento de sementes.

Na comparação do LTM (Last Twelve Months, últimos 12 meses) encerrado no primeiro trimestre de 2023 com o finalizado no primeiro trimestre de 2022, a receita operacional líquida cresceu 64%, e o lucro líquido aumentou 36,4%.

Preço de commodities

A venda de estoques de grãos da Boa Safra a um valor mais baixo em virtude da queda dos preços das commodities afetou o resultado da empresa no primeiro trimestre, disse o diretor financeiro e de relações com investidores da Boa Safra, Felipe Marques.

“Tínhamos muito estoque de grãos no fechamento de dezembro, e acabamos vendendo no primeiro trimestre de 2023. Como o negócio de grãos tem margem próxima de zero, ele teve impacto negativo”, disse Marques.

O diretor financeiro ressaltou que a carteira de pedidos recorde de R$ 900 milhões, 21% maior do que em igual trimestre de 2022, só influencia no resultado no segundo semestre, quando as sementes são entregues para os produtores para serem plantadas. “Você acaba tendo esse impacto contábil”, disse.

O aumento nos pedidos veio apesar de um cenário em que produtores protelaram a decisão de compra de insumos em consequência de adiarem a decisão de venda da soja.

“Estamos tendo atraso na compra de insumos. E, mesmo com esse atraso, estamos aumentando a nossa carteira mais do que a capacidade instalada, porque tem aumento de volume e de preço”, disse o executivo.

Segundo ele, a empresa atingiu porcentual recorde de sementes com biotecnologia, de maior valor agregado, dentro da carteira, de 96%. “E 10% disso são com as novas biotecnologias de terceira geração. No ano passado, eram 3%”, afirmou.

Conforme Marques, a decisão do produtor de adiar compras não significa menor intenção de semeadura. “A área vai ser plantada, só que ele está demorando para a vender a soja e vai demorar a ter dinheiro para fazer os pedidos. É uma questão que toda a indústria de insumos está sofrendo, fertilizantes e defensivos também.”

Segundo ele, como no ano passado a empresa atingiu níveis recordes de germinação e vigor, deve se beneficiar da busca “incessante” do produtor por produtividade. “Vemos claramente que o produtor está cada vez mais tecnológico. Ele consegue ganhar dinheiro tendo mais produtividade, e a semente tem participação fundamental nisso.”

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