Em Israel, médicos fazem greve em protesto contra a reforma que esvazia poderes do Judiciário

A reforma impede a Suprema Corte do país de usar os chamados motivos razoáveis, um princípio estabelecido há anos pelo Tribunal e que é importante, principalmente, porque o país não tem uma Constituição. Em Israel, médicos fazem greve em protesto contra a reforma que esvazia poderes do Judiciário
Médicos de Israel entraram em greve por 24 horas em protesto contra a decisão do Parlamento de aprovar uma reforma que limita os poderes do Judiciário.
As capas de jornais israelenses amanheceram cobertas de preto. Foram anúncios pagos por manifestantes contrários à reforma judiciária do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Uma empresária disse que está decepcionada e de coração partido:
“Então é assim que se sente quem luta contra uma ditadura”, desabafou.
Trinta mil médicos anunciaram uma paralisação de 24 horas. O maior sindicato do país ameaçou greve geral. Milhares de reservistas disseram que não vão se apresentar ao serviço.
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JN
Os Estados Unidos, um dos maiores aliados de Israel, lamentaram a aprovação do Parlamento e voltaram a pedir consenso político. Nesta terça-feira (25), o secretário de Defesa americano disse que o diálogo é fundamental em uma democracia.
A reforma impede a Suprema Corte do país de usar um princípio estabelecido há anos pelo Tribunal e que é importante, principalmente, porque Israel não tem uma Constituição. Esse princípio permite que juízes anulem decisões do governo ou do Parlamento se considerarem que elas ultrapassam os limites da atuação destes Poderes.
Por exemplo: em janeiro, a Suprema Corte se baseou nisso para mandar demitir um ministro de Benjamin Netanyahu que já foi condenado na Justiça israelense por delitos fiscais.
Agora, a Suprema Corte tem algumas opções, entre elas, derrubar a medida aprovada no Parlamento – uma escolha que pode agravar a polarização em um país que já vive uma profunda divisão política.
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